Veja quanto ganham os superexecutivos das grandes empresas no Brasil
Pesquisa mostra o tamanho e a evolução nos últimos anos da remuneração de presidentes e diretores de companhias que faturam mais de R$ 1 bi
atualizado
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Vista no limite, a remuneração de grandes executivos pode alcançar valores estratosféricos. Tim Cook, o chefão da Apple, embolsou R$ 84 milhões em 2022, o equivalente a R$ 425 milhões – ou R$ 35,4 milhões por mês. O próprio Cook achou demais e pediu uma redução do valor para US$ 49 milhões (R$ 248 milhões) em 2023.
Abaixo das estrelas, porém, existem os mortais. Para esse caso, a Page Executive, consultoria especializada no recrutamento de executivos da alta liderança, realizou uma pesquisa com cerca de 2 mil executivos, para descobrir o tamanho e o comportamento nos últimos anos da remuneração mensal fixa média, por exemplo, de presidentes e diretores de empresas de diversos portes.
No caso das companhias com faturamento anual superior a R$ 1 bilhão, os CEOs ganham acima de R$ 80 mil por mês. É difícil que esse valor ultrapasse R$ 160 mil, ou seja, o dobro da base, embora isso possa ocorrer em algumas situações.
O levantamento também mostrou que a remuneração mensal média dos presidentes e diretores das companhias ficou praticamente inalterada em 2023, com 66,5% de estabilidade salarial. Para outros cargos executivos, houve elevação nos ganhos.
Mudança na base
No caso dos diretores financeiros (ou CFO, na sigla em inglês), responsáveis pelo planejamento e execução de assuntos econômicos e financeiros das empresas, a remuneração mensal fixa começa em R$ 70 mil. Isso para os dados coletados entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024. De acordo com as informações de 2021, esse valor era de R$ 80 mil. Nesse caso, portanto, houve queda, ainda que próxima à estabilidade.
Ainda nas companhias que faturam mais de R$ 1 bilhão por ano, os diretores de RH ganham entre R$ 50 mil e R$ 80 mil, segundo o levantamento mais recente. Na análise feita em 2021, essa faixa era de R$ 30 mil a R$ 80 mil. Ou seja, o topo não mudou, mas houve uma elevação do piso.
“Cenário instável”
Na avaliação de Paulo Dias, diretor da Page Executive, o braço do Page Group responsável pelo levantamento, a remuneração dos profissionais do nível mais alto das empresas foi impactada pela economia no Brasil. “Com o cenário instável e desafiador, observamos uma manutenção na remuneração mensal fixa desses executivos. “Notamos que a faixa impactada pelo aumento salarial foi mais uma movimentação da empresa buscando ajuste de mercado ou por estratégia da companhia.”
Benefícios
Nos cargos de alta chefia, contudo, não é só a remuneração bruta que conta. O pacote de benefícios é altamente valorizado por esses executivos. De acordo com a pesquisa, esses profissionais valorizam cada vez mais aspectos que promovam a saúde física e mental. Isso além de transporte seguro, possibilidade de desenvolver empresas subsidiárias, trabalho flexível, planos de saúde com seguro psicológico, além da participação ativa em congressos e treinamentos não convencionais.