Puxado por Petrobras, Ibovespa passa a cair após confirmação de Prates
Apesar de esperada pelo mercado, a confirmação do petista Jean Paul Prates como o novo presidente da Petrobras não repercute bem na Bolsa
atualizado
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Apesar de esperada pelo mercado, a confirmação do petista Jean Paul Prates como o novo presidente da Petrobras não repercute bem entre os investidores nesta quinta-feira (26/1).
Principal índice da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa passou a recuar após o anúncio de que o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a indicação de Prates para o comando da empresa.
Às 14h45, o indicador caía 0,34%, aos 113.881,38 pontos. O Ibovespa se manteve oscilando entre ganhos e a estabilidade até pouco depois do meio-dia, quando a informação sobre Prates na presidência foi confirmada. A partir de então, a tendência mudou.
Na máxima do dia até o momento, o Ibovespa chegou aos 114,8 mil pontos. A mínima foi de 113,5 mil. O volume negociado no pregão é de R$ 12,15 bilhões.
As ações da Petrobras, que estão em queda, vêm puxando o desempenho da Bolsa brasileira para baixo nesta tarde.
Os papéis companhia lideram as baixas: as ações ordinárias recuam 3,85%, a R$ 29,23, enquanto as preferenciais caem 3,08%, a R$ 26,12.
No setor financeiro, as ações de Itaú e Bradesco registravam recuos de 0,7% e 0,07%, respectivamente. Os papéis do BTG Pactual caíam 11,6%. Os do Santander avançavam 0,24%.
Alinhado às teses de Lula e do PT em relação aos combustíveis, Prates é um crítico da política de preços adotada pela Petrobras, que está vinculada à flutuação do valor praticado no mercado internacional. Segundo o ex-senador, os preços dos combustíveis devem ser tratados como “uma questão de governo, e não apenas de uma empresa de mercado”.
“A Petrobras se ajustará às diretrizes que o governo, como acionista majoritário, determinará”, afirmou o novo presidente da companhia. “Quem define política de preço de qualquer coisa no país, se vai intervir ou não, se vai ser livre ou não, se vai ser internacional ou não, é o governo. O que está errado e a gente tem que desfazer de uma vez por todas é dizer que a Petrobras define política de preços de combustível. Não vai ser assim. Vai seguir a política do governo? Claro.”
As declarações de Prates corroboram o que o próprio Lula defendeu durante a campanha, quando disse, ao ser questionado sobre a política de preços da Petrobras, que não poderia “enriquecer o acionista e empobrecer a dona de casa”. Uma eventual mudança aflige o mercado, que teme a interferência da gestão federal nos preços, como sob Dilma Rousseff.
A paridade internacional para os preços dos combustíveis passou a ser adotada em 2016, no governo de Michel Temer (MDB), que sucedeu Dilma após o impeachment da petista. Até então, quem definia os preços era o governo. Para conter a inflação, a Petrobras era obrigada a vender gasolina e diesel a preços abaixo do mercado.