Promessa de âncora fiscal em março acalma investidores e Bolsa sobe 1%
Mercado reagiu bem a discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que prometeu enviar a proposta de uma nova regra fiscal até março
atualizado
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O dia foi de lua de mel para os investidores brasileiros. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, subiu 1,6%, aos 109.600 pontos, nesta quarta-feira (15/2). O mercado reagiu positivamente a um discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a disciplina fiscal.
De manhã, em um evento a banqueiros e entes do mercado financeiro, Haddad prometeu o que toda a plateia queria ouvir: um novo arcabouço fiscal será proposto pelo governo até março. O projeto deve substituir o teto de gastos, aprovado em 2016. A notícia foi comemorada, pois a promessa anterior era a de enviar a nova regra de despesas até abril.
“Em março, provavelmente, nós vamos anunciar o que entendemos ser a regra fiscal para o país. Nós já tínhamos puxado para abril, mas a Simone (Tebet, ministra do Planejamento) e o Geraldo Alckmin (ministro da Indústria) ponderaram que, para mandar com o Congresso em abril junto com a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), era bom termos um período de discussão antes”, disse Haddad, durante um evento promovido pelo BTG Pactual.
O ministro diz que o arcabouço será uma regra “exigente”, mas “factível”. “Quando você projeta cenários irrealistas, você vai perdendo credibilidade”, disse.
No mesmo evento, Haddad disse que o déficit previsto para 2023 será menor do que o divulgado inicialmente pelo governo, de R$ 231 bilhões. O ministro também defendeu a aprovação da reforma tributária, criticou os juros altos e deu a entender que é favorável ao aumento das metas de inflação.
O discurso fez com que a curva de juros futura (que reflete as expectativas para a taxa Selic no médio e longo prazo) tivesse uma trégua. Esse cenário é positivo para ações ligadas ao setor de crédito e consumo.
Hoje, empresas como Via, Natura e MRV registraram alta de até 5% na Bolsa. A Vale, outro papel de peso no índice de ações, subiu 2%.
Dólar
O dólar encerrou o dia em alta de 0,4%, aos R$ 5,22. A moeda americana foi pressionada por dados de consumo acima do esperado nos Estados Unidos, o que pode indicar novos aumentos de juros no país. Uma taxa mais elevada nos EUA gera uma fuga de recursos de mercados emergentes e pressiona o câmbio.