Produção industrial avança 0,1% em junho, mas não reverte perdas
Com esse resultado, a produção industrial brasileira acumula queda de 0,3% no ano e alta de 0,1% no acumulado de 12 meses
atualizado
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A produção industrial no Brasil registrou alta de 0,1% em junho deste ano, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (1º/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em maio, a produção industrial havia avançado 0,3%. Em relação a junho de 2022, o crescimento foi de 0,3%, segundo o IBGE.
Com esses resultados, a indústria brasileira acumula queda de 0,3% no ano e alta de 0,1% no acumulado de 12 meses. A média móvel trimestral teve recuo de 0,1%.
O índice mensal veio melhor do que as expectativas dos analistas. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estimava queda de 0,1% em junho. Na comparação anual, a projeção era exatamente expansão de 0,3%.
A produção industrial brasileira ainda está 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.
Desempenho por segmentos
Em junho, de acordo com o IBGE, apenas uma das quatro principais categorias e sete dos 25 segmentos industriais pesquisados tiveram alta na produção.
A maior influência positiva veio das indústrias extrativas, com crescimento de 2,9%. Também tiveram alta as confecções de artigos do vestuário e acessórios (4,9%), de produtos de borracha e de material plástico (1,2%) e de produtos de metal (1,2%).
Entre as 16 atividades em queda, destaque para coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-4%) e máquinas e equipamentos (-4,5%).
Ritmo abaixo do esperado
André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), ressalta que os dois meses consecutivos de alta na produção industrial (maio e junho) não revertem a perda de abril, quando o tombo foi de 0,6%.
“Ainda que o primeiro semestre de 2023 mostre saldo positivo de 0,5% quando comparado com o patamar de dezembro de 2022, o ritmo está muito aquém do que o setor precisa para recuperar as perdas do passado recente”, afirma.
Análise
Segundo Marco Caruso, economista-chefe do PicPay, a produção industrial brasileira deve fechar 2023 com uma tímida alta de 0,2%.
“Entre as preocupações, estão, principalmente, o menor crescimento da economia global; a carência de demanda da China, o que não favorece nossas exportações; os juros altos e o alto comprometimento de renda das famílias”, afirma Caruso. “Do outro lado, o governo tem promovido políticas de estímulos à atividade econômica, que podem incentivar a indústria.”