Produção de veículos cai 16,8% em junho, diz Anfavea
Programa do governo para carros ajudou a desovar estoques, mas paralisação de fábricas fez cair produção, segundo a associação
atualizado
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A produção de veículos caiu 16,8% em junho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7/7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Apesar da vigência do programa de descontos do governo, que aumentou as vendas no mês, o período foi impactado por paralisações de montadoras. Além disso, o programa teve maior efeito sobretudo na redução dos estoques, que vinham altos até então, afirma a Anfavea.
Ao todo, foram 189 mil veículos produzidos em junho, frente a 228 mil em maio. No semestre, foram 1,13 milhão, alta de 3,7%.
“O setor estava com estoques muito elevados no encerramento de maio. Dentro da estratégia e condições dos fabricantes, houve redução da produção para adequação e equilíbrio dos estoques”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Programa para carros “cumpriu proposta”, diz Anfavea
Sobre o programa de descontos para carros de até R$ 120 mil, Leite afirmou que a medida “cumpriu muito bem a proposta”.
“Foi uma excelente medida de curto prazo para aquecer o mercado, reduzir os estoques e, principalmente, proporcionar que mais consumidores, incluindo pessoas jurídicas na segunda fase, tivessem acesso aos veículos de entrada”, disse Leite.
A Anfavea estimou ainda que julho deve ter emplacamentos acima da média, uma vez que parte dos veículos já vendidos com crédito tributário ainda não teve o processo de registro efetivado.
“Estimamos que dos R$ 800 milhões liberados pelo governo para veículos leves, R$ 710 milhões já haviam sido aplicados até a virada do mês, resultando em descontos para cerca de 150 mil unidades. Porém, só 54 mil deles tiveram emplacamento efetivado em junho”, afirmou o presidente da Anfavea.
Os programa foi encerrado nesta sexta-feira com o fim dos recursos disponíveis para carros de passeio. Para os carros, foram liberados desde o início de junho R$ 800 milhões (sendo R$ 650 milhões para descontos diretos e R$ 150 milhões para compensação tributária).
Ainda há recursos disponíveis para ônibus e caminhões, segundo afirmou pela manhã o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin.
Alckmin disse que o programa de créditos tributários foi um “sucesso” e comemorou os resultados, com estimativa de 125 mil carros vendidos. No entanto, afirmou que o objetivo sempre foi que a medida fosse por período “limitado”.
Mais cedo na semana, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) afirmou que as vendas de veículos novos tiveram alta de 7,4% em junho, nos primeiros resultados do setor divulgados após o início da vigência do programa.