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Prévia da inflação: IPCA-15 dispara e passagem aérea é a vilã

Índice medido pelo IBGE avançou 0,40% em dezembro, ante previsão de 0,25% do mercado. No ano, avanço foi de 4,72%, para estimados 4,57%

atualizado

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A prévia da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 0,40% em dezembro, 0,07 ponto percentual (p.p.) maior do que a de novembro, quando variou 0,33%. O número foi divulgado nesta quinta-feira (28/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A elevação do IPCA-15 de dezembro, de 0,40%, ficou muito acima da projeção do mercado, que era de 0,25%. De acordo com o IBGE, o avanço foi, em grande parte, influenciado pelo grupo de “transportes”, com alta de 0,77% e impacto de 0,16 p.p. no índice geral.

De acordo com o IBGE, esse segmento foi puxado pelas passagens aéreas, que subiram 9,02% e tiveram o maior peso individual no mês (0,09 p.p.). Em 2023, esse subitem acumulou alta de 48,11%. 

Dentro da meta

No ano, o resultado do IPCA-15 foi de 4,72%, também acima da expectativa dos agentes econômicos, que era de 4,57%. Embora a prévia tenha ficado acima do esperado, ela está dentro da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2023, ela é de 3,25%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso quer dizer que o limite máximo para a inflação é de 4,75% neste ano.

O IPCA-E, formado pelo IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 0,94% para o período de outubro a dezembro. Já em dezembro de 2022, o IPCA-15 registrou alta de 0,52%, enquanto no acumulado do ano de 2022, a prévia da inflação havia sido de 5,90%.

Variação mensal 

Entre os nove grupos pesquisados, sete registraram alta em dezembro. O grupo de “transportes”, como mencionado, foi responsável pela maior variação (0,77%) e o maior impacto (0,16 p.p.). 

Além disso, destacam-se os subitens: táxi, que apresentou alta de 0,83% devido ao reajuste de 6,67% em São Paulo (2,80%), a partir de 28 de outubro; ônibus urbano (1,91%), influenciado pelo reajuste de 6,12%, em Salvador (5,69%), a partir de 13 de novembro; e trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público, com alta de 6,67%, em São Paulo, que haviam registrado queda de 6,25% em novembro, em decorrência da gratuidade concedida nos transportes metropolitanos para toda a população nos dias de realização das provas do Enem.

Por outro lado, nos “combustíveis” (-0,27%), houve queda nos preços do óleo diesel (-0,75%), do etanol (-0,35%) e da gasolina (-0,24%), enquanto o gás veicular (0,08%) registrou alta.

Allimentação e bebidas

No tópico “alimentação e bebidas”, que apresentou alta de 0,54% e impacto de 0,12 p.p., a alimentação no domicílio subiu 0,55% em dezembro, influenciada, em grande parte, pela alta em itens básicos na alimentação das famílias, como a cebola (10,63%), a batata-inglesa (10,32%), o arroz (5,46%) e as carnes (0,65%). Por outro lado, o tomate (-7,95%) e o leite longa vida (-1,91%) caíram de preços.

Já a alimentação fora do domicílio (0,53%) acelerou em relação ao mês de novembro (0,22%). Tanto a refeição (0,46%) quanto o lanche (0,50%) tiveram variações superiores às observadas no mês anterior (0,22% e 0,35%, respectivamente).

Habitação

Em “habitação”, que registrou variação de 0,48% e impacto de 0,07 p.p., a energia elétrica residencial subiu 0,82%, com influência de reajustes aplicados em quatro áreas de abrangência da pesquisa: de 5,91% em Goiânia (2,97%), a partir de 22 de outubro; de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas em São Paulo (1,66%), a partir de 23 de outubro; de 9,65% em Brasília (1,35%), a partir de 22 de outubro; e de -1,41% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (0,59%), a partir de 22 de novembro.

Já a alta da taxa de água e esgoto (1,43%) foi influenciada pelos seguintes reajustes tarifários: de 14,43% em Fortaleza (6,28%), a partir de 29 de outubro; de 10,23% no Rio de Janeiro (10,23%), a partir de 8 de novembro e que não havia sido incorporado no IPCA-15 de novembro; de 15,76% em Belém (9,21%), a partir de 28 de novembro; e de 4,97% em uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (1,15%), a partir de 1º de dezembro.

O gás encanado (0,47%) também apresentou alta por conta do reajuste médio de 0,98% no Rio de Janeiro (0,54%) a partir de 1° de novembro e de 3,30% em São Paulo (0,55%) a partir de 10 de dezembro.

Outros grupos

Os outros grupos registraram os seguintes resultados: “despesas pessoais”, variação de 0,56% e impacto de 0,06 p.p.; “saúde e cuidados pessoais”, variação de 0,14% e impacto de 0,02 p.p.; “educação”, variação de 0,05% e impacto de 0,00 p.p.; “vestuário”, variação de 0,03% e impacto de 0,00 p.p.; “comunicação”, variação -0,46% e impacto -0,02 p.p.; e “artigos de residência”, variação de -0,15% e impacto de -0,01 p.p.

Maiores avanços: Fortaleza e Goiânia 

Quanto aos índices regionais, nove áreas tiveram alta em dezembro. As maiores variações foram registradas em Fortaleza e Goiânia, ambas com 0,77%. Nos dois casos, a principal contribuição para a alta veio da gasolina, com variações de 6,48% e 2,33%, respectivamente. Já o menor resultado ocorreu em Recife (-0,26%), que apresentou queda nos preços da gasolina (-4,66%).

Sobre a pesquisa

Para o cálculo do IPCA-15, a metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Os preços foram coletados no período de 15 de novembro a 14 de dezembro (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de outubro a 14 de novembro (base).

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A próxima divulgação do IPCA-15 será feita no dia 26 de janeiro.

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