Presidente da Fiesp pede “juro decente” para destravar economia
“O crescimento está estagnado e ele não virá se apenas estabilizarem as contas públicas”, afirmou Josué Gomes da Silva, em debate no Senado
atualizado
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O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, voltou a criticar a taxa básica de juros da economia brasileira, hoje em 13,75% ao ano, ao participar de um debate sobre juros, crescimento e inflação, nesta quinta-feira (27/4), no plenário do Senado.
Além de Josué, estiveram presentes no evento os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o ex-presidente do BC Armínio Fraga e outras lideranças da política e da economia.
“Inflação estável e juro decente são condições necessárias para um projeto de crescimento nacional”, afirmou Josué. “Precisamos trabalhar nas causas que nos levam a ter essas taxas inóspitas à produção.”
“A política monetária voltou a estar em terreno contracionista desde março de 2021, quando a Selic saiu de 2% ao ano, impactando de forma marcante a normalidade econômica”, criticou o líder da Fiesp.
“Não há negócio em condições de concorrência capaz de fazer frente a tamanho custo de capital. Com a perenidade dos juros altos, temos assistido ao empobrecimento do país”, observou.
O presidente da Fiesp destacou as dificuldades enfrentadas pela indústria brasileira, que, nos anos 1980, representava quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e hoje não passa de 11%. “Sem uma indústria forte, não formaremos uma nação”, disse Josué.
Josué Gomes da Silva disse ainda que o Brasil está “há tempos demais com crescimento estagnado”. “O crescimento está estagnado e ele não virá se apenas estabilizarem as contas públicas”, concluiu.