Presidente da Febraban defende “bancões”: “Não vão sair de cena”
Sem citar explicitamente os bancos digitais, Isaac Sidney, da Febraban, saiu em defesa das instituições financeiras mais tradicionais
atualizado
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O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, fez uma defesa enfática dos grandes bancos brasileiros, os chamados “bancões”, durante discurso de abertura do Febraban Tech 2023, seminário sobre tecnologia no sistema financeiro, realizado em São Paulo.
Sem citar explicitamente os bancos digitais, Sidney saiu em defesa das instituições financeiras mais tradicionais.
“Nós, bancos, não nascemos agora e não atuamos fazendo marketing e publicidade. A essência empreendedora e inovadora dos bancos faz parte de uma marca que nos impulsiona”, afirmou o presidente da Febraban.
“Nós somos qualificados pela concorrência recém-chegada como se fôssemos tradicionais, os bancões, e isso geralmente vem acompanhado de um tom de demérito, por vezes jocoso”, criticou Sidney.
“Esse tom revela algo que aqueles que nos criticam não têm: história. Nós temos uma bela história. Não é depreciativo ter história. Nós fazemos parte das vidas de gerações de brasileiros.”
Ainda de acordo com o presidente da Febraban, “os bancos têm robustez, solidez e segurança acumulada em muitos anos de atuação”.
“Nós somos tradicionais, sim. Mas somos tradicionalmente inovadores e olhamos para frente”, disse. “Os bancos, sejam eles pequenos, médios ou grandes, não vão sair de cena. Os bancos nunca deram e não darão as costas aos clientes e ao Brasil.”
Crescimento econômico
Em seu pronunciamento na abertura do seminário, Isaac Sidney também falou sobre a situação econômica do país. Para ele, “existem formas certas para um crescimento duradouro e sustentável”.
“Crescimento econômico não surge por geração espontânea. É necessário que haja condições para que o crescimento aconteça”, afirmou Sidney.
Sem fazer críticas ao Banco Central (BC), o presidente da Febraban disse ainda que “os juros altos são consequência de problemas da economia”.
Sidney também manifestou preocupação com o “custo do crédito” no país.
“Precisamos urgentemente baratear o custo de crédito e isso não se faz apenas com a força de vontade. Nós precisamos atacar as causas estruturantes do custo da intermediação financeira”, observou. “Quando procuramos saídas alternativas para problemas conhecidos, entramos no atalho. Isso é comprovadamente ineficaz.”