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Preocupação com inflação leva dólar a R$ 5,78, o maior valor em 3 anos

No mês, a moeda americana acumulou uma alta de 6,14%. Já o Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,71%, aos 129.713 pontos

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O dólar encerrou esta quinta-feira (31/10) em alta de 0,31%, cotado a R$ 5,78, o maior valor em três anos. Com o resultado, a moeda americana fechou o mês de outubro com uma valorização de 6,14%. O motivo da alta segue sendo a repercussão de dados econômicos, o que pode gerar um quadro inflacionário, e a espera por um novo pacote de cortes de despesas do governo.

Os dados de emprego da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram que a taxa de desemprego no Brasil recuou para 6,4% no trimestre encerrado em setembro (de julho a setembro de 2024).

Esta é a segunda menor taxa da série histórica, iniciada em 2012 — ficando atrás apenas do trimestre encerrado em dezembro de 2013 (6,3%). Ainda que os dados tenham sido positivos, a percepção de um mercado de trabalho aquecido renova as preocupações sobre o quadro inflacionário brasileiro.

Nas redes sociais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou a queda positiva do desemprego no trimestre. “Atingimos o menor nível de desemprego da série histórica, para o período. Estabilidade econômica com justiça social”, disse.

O mercado segue aguardando uma data para que Haddad faça o anúncio das medidas de controle de gastos e também segue na expectativa pela próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), prevista para a próxima semana.

A ausência de uma data clara para a divulgação de medidas de contenção de gastos por parte do governo contribuiu para essa pressão na cotação, evidenciando o comportamento de aversão ao risco dos investidores. A avaliação é do economista-chefe da Bluemetrix Asset, Renan Silva.

“Quando as tão aguardadas medidas forem anunciadas, é provável que a moeda sofra correções, dependendo da magnitude dos cortes anunciados. O mercado, atento, sabe que a taxa de câmbio pressiona ainda mais a inflação, o que aumentam a sensibilidade às surpresas. A realidade é que o ambiente para negócios no Brasil é cada vez mais restritivo. Adicionalmente, o mercado atribui os movimentos da moeda a fatores externos, como o ex-presidente Donald Trump, a situação fiscal nos EUA e os conflitos globais”, acredita Silva.

Nos Estados Unidos, analistas avaliam a  inflação do índice de preços de gastos com consumo (PCE), que subiu 0,2% em setembro ante agosto, em linha com o esperado. O núcleo do índice, que exclui os itens mais voláteis, como os preços de energia e de alimentos, avançou 0,3% em setembro em base mensal, após a alta de 0,2% do mês anterior e dentro do esperado pelo consenso. Na comparação anual, o núcleo do deflator do PCE avançou 2,7%, mesmo nível registrado em agosto e acima do consenso de 2,6%.

O PCE é o índice favorito do Federal Reserve (FED) por levar em conta no seu cálculo a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços mais consumidos no país.

Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, em conjunto com os indicadores robustos do PIB divulgados ontem, os números do PCE de setembro não devem alterar significativamente o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em setembro.

“Os contratos de juros apontam para uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião da semana que vem, mas já emerge uma divisão clara nas apostas para o movimento em dezembro, com um pouco mais de probabilidade para uma pausa nas reduções. Independente dos ajustes mais táticos, o cenário vem confirmando o pouso suave e afastando as preocupações mais alarmantes sobre o enfraquecimento da atividade. As análises em torno das eleições devem permanecer concentrando as atenções no dia de hoje, mas amanhã de manhã todos irão se voltar para os números do relatório de emprego”, afirma Igliori.

O mercado segue sentindo a pressão das eleições americanas, muito dividida em relação a democrata Kamala Harris e republicano Donald Trump. Tudo indica que a eleição deve ser decidida voto a voto e, atualmente, aponta para um cenário indefinido.

O Ibovespa encerrou outubro em queda acumulada de 1,59%. Nesta quinta-feira, a baixa foi de 0,71%, encerrando o dia aos 129.713 pontos.

Petróleo em alta

Os contratos futuros de petróleo encerraram o dia em alta na esteira de uma queda no volume estocado da commodity nos Estados Unidos. A possibilidade de um adiamento no aumento da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) continuaram no radar dos agentes e deram apoio aos preços.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do petróleo tipo Brent para dezembro encerrou o dia em alta de 0,84%, a US$ 73,16. Já na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para o mesmo mês subiu 0,94%, a US$ 69,26 por barril.

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