Inflação: preço dos alimentos desacelera; cenoura tem maior alta
Em fevereiro, a inflação de alimentos e bebidas ficou em 0,16%; a maior alta no grupo foi da cenoura, que subiu 19,52%
atualizado
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Ao contrário do que ocorreu em janeiro, quando alimentos e bebidas puxaram a alta da inflação no Brasil, o que se viu em fevereiro foi um impacto bem menor desse grupo sobre o resultado final do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira (10/3).
O IPCA geral do mês ficou em 0,84%, acima das projeções do mercado. No mês passado, a inflação de alimentos e bebidas ficou em 0,16%, ante 0,59% em janeiro. Foi o segundo resultado mais baixo entre as nove categorias de produtos e serviços pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atrás apenas de artigos de residência (0,11%).
“Diferentemente do que foi visto ao longo do ano passado, a variação dos preços dos alimentos tem se mostrado benigna e tem ajudado a suavizar o movimento de alta esperado para o primeiro bimestre do ano”, analisa André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, ao Metrópoles.
“Parte dessa desaceleração está associada à safra recorde de alimentos, mas uma variável explicativa relevante vem do movimento de correção de preços, que subiram de forma muito significativa no ano passado e agora estão convergindo para patamares mais saudáveis”, explica o economista.
Em fevereiro, a maior alta no grupo de alimentos foi da cenoura, que subiu 19,52%. Em seguida, aparecem mamão (12,25%), manga (10,46%), alface (8,36%), leite longa vida (4,62%), maçã (3,72%), ovo (2,25%) e arroz (1,91%).
Por outro lado, houve queda no preço médio da carne (-1,22%), da batata-inglesa (-11,57%) e do tomate (-9,81%). A carne teve a maior queda de preço em 15 meses, desde novembro de 2021.
“A despeito do recente comportamento dos preços, não podemos perder de vista a expectativa de aumento dos preços da proteína animal, por causa da gripe aviária, que já provoca estragos em diversos países, inclusive na América do Sul”, pondera Galhardo.
“Além disso, o eventual aumento da demanda por milho, soja, açúcar e etanol por parte de China, Índia e Europa, que compromete os preços de açúcar no mercado doméstico, também pode reverter essa acomodação nos próximos meses.”
Veja as maiores altas dos preços de alimentos em fevereiro
- Cenoura: 19,52%
- Mamão: 12,25%
- Manga: 10,46%
- Alface: 8,36%
- Leite longa vida: 4,62%
- Maçã: 3,72%
- Ovo: 2,25%
- Arroz: 1,91%
Veja a variação de todos os grupos pesquisados
- Educação: 6,28%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,26%
- Comunicação: 0,98%
- Habitação: 0,82%
- Despesas pessoais: 0,44%
- Transportes: 0,37%
- Vestuário: -0,24%
- Alimentação e bebidas: 0,16%
- Artigos de residência: 0,11%