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Powell, do banco central dos EUA, não descarta novo aumento dos juros

Ainda assim, agentes do mercado acreditam que taxa nos Estados Unidos deve parar de subir, depois de ter atingido entre 5% e 5,25% ao ano

atualizado

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Chair Powell participates in the Federal Open Market Committee (FOMC) press conference on June 15, 2022.
1 de 1 Chair Powell participates in the Federal Open Market Committee (FOMC) press conference on June 15, 2022. - Foto: null

Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), disse, nesta quarta-feira (3/5), que o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos pode não ter terminado, embora o comunicado emitido pelo Fed não faça menção a novas elevações. “Hoje, a taxa dos fundos federais foi aumentada em 25 pontos base (ou 0,25 ponto percentual”, afirmou, salientando: “E não foi tomada nenhuma decisão sobre uma pausa”.

O pronunciamento foi feito após o anúncio da elevação da taxa básica de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual. Com isso, o Fed deu continuidade aos aumentos iniciados em março do ano passado. O novo índice ficou no intervalo entre 5% e 5,25% ao ano, nível alcançado pela última vez em junho de 2006.

No comunicado divulgado depois da decisão, que foi unânime, o Fed observou que avaliará “até que ponto o endurecimento adicional da política monetária pode ser apropriado para retornar a inflação a 2% ao longo do tempo”. Depois de dez elevações seguidas, o texto não faz menção a novos aumentos, ao contrário do que ocorreu na última nota produzida pelo órgão, em março.

Na avaliação de Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, a alta de 0,25 ponto percentual era esperada pelo mercado. Para ela, o comunicado, que não trouxe uma menção explícita sobre intenção de pausa, ao menos excluiu a frase que definia como “apropriado um aperto adicional”,  presente no texto da última reunião. “Essa mudança combina com um comitê que se vê mais próximo de uma parada do que de um processo contínuo de ajuste”, diz.

Ela observa que, no parágrafo sobre condições atuais da economia americana, foi mantida a observação de que o mercado de trabalho segue forte e a inflação, elevada. “Sobre o setor bancário, o entendimento é de que houve avanços em relação à situação da reunião de março”, acrescenta. “De todo modo, o comunicado afirma que as condições de crédito estão mais apertadas e isso combina com um processo de desaceleração da atividade.”

A partir dessas informações, a economista conclui que o Fed “terminou o ajuste da taxa de juros em 5,25%”. Ela acrescenta: “A atividade tem apresentado sinais de moderação e, com o aperto de crédito se espalhando, o enfraquecimento da economia deve ganhar força no segundo semestre”. Tudo isso, observe-se, favorece a queda da inflação.

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, as indicações são de que o Fed vai manter o juro inalterado até o começo do último trimestre desse ano. A partir daí, o banco central americano pode iniciar um ciclo de baixa num ritmo dosado, de 0,25 ponto percentual.

 

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