Powell diz que economia forte pode exigir nova alta de juros nos EUA
Em discurso, presidente do BC americano frisou que todos os esforços serão empreendidos para levar a inflação do país à meta, fixada em 2%
atualizado
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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, disse nesta quinta-feira (19/10), em discurso no Economic Club, de Nova York, que os juros permanecerão em patamar elevado até que o Fed tenha certeza de que a inflação voltará para a meta de 2%. A taxa anualizada está, atualmente, em 3,7%.
Powell frisou que a economia americana e o mercado de trabalho seguem fortes e podem justificar uma nova elevação dos juros. “Estamos atentos aos dados recentes que mostram a resiliência do crescimento econômico e da demanda por mão de obra”, disse. “Evidências adicionais de crescimento persistentemente acima da tendência ou de que o mercado de trabalho não está diminuindo podem colocar em risco o progresso da inflação e justificar um novo aperto da política monetária.”
Ele ponderou, contudo, que “fazer muito pouco poderia permitir que a inflação acima da meta se consolide e, em última análise, exigir que a política monetária arrancasse da economia uma inflação mais persistente, com um custo elevado para o emprego”. Em contrapartida, destacou que “fazer demasiado também pode causar danos desnecessários à economia”.
Ao concluir o discurso, Powell condicionou as próximas decisões do Fed a novos dados sobre o contexto econômico do país. Ele disse, no entanto, que o BC atuará com “cautela”. “Tomaremos decisões sobre a extensão do reforço adicional da política e por quanto tempo ela permanecerá restritiva com base na totalidade dos dados recebidos, na evolução das perspectivas e no equilíbrio dos riscos”, afirmou.
Em setembro, o Fed manteve os juros do país na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Esse é o maior nível das taxas desde 2001.