Powell: decisão sobre juro depende da economia, que é “sempre incerta”
Segundo Jerome Powell, presidente do Fed, decisões serão tomadas “no momento certo, a cada reunião”, mas sempre seguindo “um passo moderado”
atualizado
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O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, afirmou nesta quinta-feira (29/6) que as decisões da autoridade monetária americana sobre a taxa de juros dependem da evolução da economia do país, que é “sempre incerta”.
As novas declarações de Powell sobre a política monetária dos EUA foram dadas durante uma conferência sobre estabilidade financeira, em Madri. Na véspera, o presidente do Fed já havia participado de um seminário promovido pelo Banco Central Europeu (BCE), em Portugal.
O Comitê de Política Monetária do Fed optou, na última reunião, por manter a taxa de juros dos EUA entre 5% e 5,25% ao ano, na primeira pausa após dez reuniões consecutivas de alta.
“Aumentamos a taxa de juros em 5 pontos porcentuais em pouco mais de um ano. A política monetária esteve restrita por poucos meses. Ainda estamos esperando para sentir os reais efeitos do aperto na atividade e na inflação”, afirmou Powell.
“É difícil dizer em qual velocidade isso vai acontecer. Nosso compromisso não é com um número específico de altas de juros, mas com uma postura suficientemente restritiva para trazer a inflação de volta à meta de 2%. O momento e a extensão das altas vão depender do curso da economia, que é sempre incerta, particularmente nos dias de hoje”, completou.
Ainda segundo o chefe da autoridade monetária dos EUA, as decisões serão tomadas “no momento certo, a cada reunião”, mas sempre seguindo “um passo moderado”, evitando precipitações.
Falência de bancos
Durante a conferência em Madri, Jerome Powell também falou sobre a falência de três bancos médios americanos – Silicon Valley Bank, Signature Bank e First Republic Bank –, que causaram temor no mercado financeiro global.
Para Powell, os três bancos tinham duas características em comum: um gerenciamento “muito ruim” da taxa de juros e um modelo de financiamento com grandes quantidades de depósitos não segurados.
“No curto prazo, estamos em contato com instituições que têm essas características, para eventuais aperfeiçoamentos. No médio prazo, acreditamos que há meios de fortalecer a regulação e a supervisão”, concluiu.