Por que supermercados estão adotando câmeras corporais iguais às da PM
No Brasil, medida é uma tentativa de reduzir a ocorrência de casos de racismo, violência e problemas de segurança nas lojas
atualizado
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Funcionários do Carrefour, o maior varejista brasileiro, estão usando câmeras corporais, as bodycams, em mais 800 lojas, num total de mil pontos de venda que a rede mantém em operação no Brasil. O equipamento é similar ao utilizado em uniformes de policiais militares e está no centro do debate sobre segurança pública em estados brasileiros, como é o caso de São Paulo.
De acordo com a varejista, que investiu R$ 16 milhões na compra de 6 mil câmeras, o uso desses aparelhos reduziu em 30% a ocorrência de incidentes em lojas. Isso inclui casos de racismo, episódios de violência e problemas de segurança.
A utilização dos equipamentos nas lojas ganhou força no ano passado. Em maio de 2023, um vídeo divulgado nas redes sociais mostrou um homem e uma mulher negros sendo agredidos num supermercado do Carrefour, em Salvador (BA). Em 2020, um negro foi espancado até a morte em outra unidade da rede, em Porto Alegre (RS).
O programa foi iniciado nessas duas capitais e, em seguida, ampliado. Hoje, segundo a rede, 4 mil fiscais e 2 mil seguranças terceirizados passaram a usar os equipamentos. Os contratos com as empresas de segurança foram atualizados para que todos sejam obrigados a portar as bodycams. Os equipamentos são fornecidos pela rede de supermercados para garantir o controle das imagens.
De acordo com a empresa, a redução de 30% dos incidentes foi verificada numa análise feita nas 150 primeiras lojas que adotaram a tecnologia. O prazo de observação dos resultados foi de quatro meses. Embora o Carrefour seja pioneiro no Brasil no uso das câmeras, elas também são empregadas no Reino Unido pela Rede Tesco.