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Por que os bilionários da Americanas saíram de fininho da Kraft Heinz

No último trimestre de 2023, trio vendeu 16% da participação que mantinha na fabricante global de ketchups e mostardas

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Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles em foto posada para lançamento de livro - Metrópoles
1 de 1 Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles em foto posada para lançamento de livro - Metrópoles - Foto: Editora Sextante/Divulgação

Foi sem alarde que a gestora 3G Capital, do trio de bilionários da Americanas formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira (foto em destaque), deixou desde o último trimestre do ano passado a Kraft Heinz, a gigante americana do ramo de alimentos, que produz o ketchup e a mostarda da marca Heinz.

A saída consumou-se após a venda de 16,1% da participação que o trio mantinha na companhia. A informação foi divulgada nesta semana pela rede de TV americana CNBC.

O negócio começou em 2013, quando a 3G e a Berkshire Hathaway, liderada pelo megainvestidor Warren Buffett – o sexto homem mais rico do mundo segundo a Forbes –, se uniram para fechar o capital da Heinz. Dois anos depois, ocorreu a fusão com Kraft Foods. 

No início, os resultados do conglomerado foram positivos. A 3G entrou na empresa com sua mão pesada nos cortes de custos, uma marca registrada da gestora de private equity, obtendo resultados que à época pareciam promissores. Mas o remédio, se não matou o paciente, teve impacto pouco durador.

Mudança comportamental

Em busca de expansão de mercado e novos ganhos de sinergia, a Kraft Heinz tentou comprar a Unilever por US$ 143 bilhões em 2017. A oferta, contudo, foi rejeitada. Nessa época, analistas também passaram a ressaltar que uma parcela dos consumidores estava se voltando para produtos mais saudáveis, uma mudança comportamental que tornava os negócios da empresa menos atrativos no médio e longo prazos. Foi dois anos depois, porém, que a situação se complicou.

Investigação por fraude

Em 2019, quase numa só tacada, a empresa anunciou cortes de dividendos, rebaixou o valor das suas marcas em US$ 15 bilhões e informou ao mercado que suas práticas contábeis estavam sob investigação da Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA).

Nessa época, Buffett chegou a dizer à CNBC que a Berkshire e a 3G “pagaram caro” pela fabricante dos ketchups, cujas marcas não eram tão valiosas quanto os investidores imaginaram. O fato é que, em 2021, a Kraft Heinz pagou uma multa de US$ 62 milhões para a SEC para encerrar o caso. O acordo incluía o reconhecimento de ações como a assinatura de contratos de fornecedores falsos.

Saída do conselho

A 3G chegou a ter três assentos no conselho de administração da Kraft Heinz. Em 2021, Lemann saiu. No ano seguinte, foi seguido por Alexandre Behring, também sócio e fundador da 3G. Em 2022, a gestora já não tinha representantes no órgão da companhia. No fim de 2023, o trio de brasileiros saiu do negócio. A Berkshire continua como principal acionista com 26,8% do capital da empresa.

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