Por que o mercado está otimista com a inflação
A nova estimativa dos agentes econômicos ouvidos pelo Banco Central (BC) aponta para uma taxa de 5,8% ao ano, o menor valor em 13 semanas
atualizado
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Nesta segunda-feira (22/5), a estimativa do mercado para a inflação de 2023 atingiu o seu ponto mais baixo em 13 semanas. De acordo com o Relatório Focus, preparado pelo Banco Central (BC), a previsão da taxa para este ano ficou em 5,8%. Há uma semana, a projeção era de 6,3%. Em 10 de fevereiro, estava em 5,79%.
Na avaliação de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a queda está associada à redução do preço dos combustíveis, promovida pela Petrobras na última semana. “O corte no valor médio da gasolina foi de R$ 0,40 por litro nas refinarias”, diz Sanchez. “Só isso já teria impacto tanto na inflação corrente como na expectativa para este ano.”
Além da mudança nos preços da Petrobras, Amabile Ferrazoli, economista da Tenax, afirma que o câmbio bem-comportado nas últimas semanas têm ajudado a embasar algumas revisões para baixo da taxa. “O real tem se apreciado com alguma consistência e isso ajuda na redução na projeção de inflação de curto prazo de bens industriais”, diz Amabile.
As projeções para o IPCA haviam subido nas últimas semanas e estacionado em patamar acima dos 6%, antes da queda desta segunda-feira (veja no gráfico abaixo).
Apesar da baixa atual, a inflação brasileira deve terminar 2023 acima da meta, fixada em 3,25% ao ano, com teto máximo de 4,75%, pelo BC.
O que é o Relatório Focus
O Banco Central consulta os economistas do mercado financeiro para construir o Relatório Focus, que traz semanalmente o consenso das projeções para inflação, juros, dólar e crescimento da economia. O boletim é usado como um radar no mercado para entender como estão as expectativas dos agentes.