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Por que o mercado comemorou a nova política de dividendos da Petrobras

Estatal reduziu o patamar de distribuição de rendimentos aos acionistas e, mesmo assim, ações dispararam na Bolsa

atualizado

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1 de 1 imagem colorida fachada petrobras - Metrópoles - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Nesta semana, o mercado deu uma demonstração de que a capacidade de adaptação é crucial para a sobrevivência da espécie – e dos lucros. Isso porque, na sexta-feira (28/7), a Petrobras anunciou sua nova política de distribuição de dividendos. Na prática, as regras foram piores para os acionistas, mas os agentes econômicos festejaram a mudança, na segunda (31/7).

A notícia, em linhas gerais, foi a seguinte: até aqui, a empresa usava 60% do fluxo de caixa livre (recursos obtidos com as operações, menos os investimentos) para pagar dividendos aos acionistas. A partir do segundo trimestre deste ano, esse número muda. Ele será de 45%. Apesar da queda, as ações da estatal dispararam na Bolsa de Valores (B3), quando o anúncio foi feito pela estatal.

Pelo menos quatro pontos explicam a reação do mercado. Um deles foi o fato de a alteração promovida pela petrolífera não ter sido tão ruim como muitos investidores esperavam. Ou seja, prevaleceu o “poderia ser pior”. De acordo com Rodrigo Almeida, responsável pela análise do setor de óleo e gás do Santander, embora a linha de corte do fluxo de caixa tenha caído de 60% para 45%, o mercado esperava 40%.

Acima da média

Além disso, os 45% garantem um retorno para os acionistas de 13% do valor das ações da estatal. Esse número está acima da média das gigantes internacionais do segmento, caso de empresas como Exxon, Shell, BP, Chevron. “Em média, elas oferecem 8%”, diz Almeida.

Outro ponto é que o valor obtido pela estatal com a redução dos dividendos será usado formalmente em investimentos. O especialista do Santander observa, porém, que, historicamente, os investimentos realizados de fato pela estatal tendem a ser menores do que os números fixados no balanço. Essa sobra, portanto, pode ser usada para engordar a conta dos dividendos.

Sobra do caixa

Por fim, nota Almeida, as estimativas indicam que o caixa da Petrobras deve chegar ao fim deste ano com US$ 14 bilhões. Mas o valor de referência é de US$ 8 bilhões. “Isso quer dizer que, sempre que o caixa está acima desse número, é ineficiente deixar esse dinheiro parado”, afirma Almeida. “Por isso, é possível que a Petrobras faça uma distribuição adicional de investimentos com esses recursos e isso também animou o mercado.”

Na noite de quinta-feira (3/8), a Petrobras, que teve um lucro líquido 47% menor no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022, informou que vai pagar R$ 14,99 bilhões em dividendos, o equivalente a R$ 1,149304 por ação ordinária e preferencial, referentes ao exercício de 2023, declarado com base no balanço de 30 de junho de 2023. O valor ficou 39% abaixo dos R$ 24,7 bilhões do primeiro trimestre deste ano e foi 83% inferior aos R$ 87,8 bilhões do segundo trimestre de 2022. Ainda assim, ficou acima das estimativas do mercado, que previam cerca de R$ 1 por ação.

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