Por que o déficit das contas externas foi de R$ 1,7 bilhão, em abril
Em um ano, o déficit das transações do Brasil com o exterior já soma US$52,4 bilhões, o equivalente a 2,67% do PIB nacional
atualizado
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As transações correntes do Brasil com o exterior registraram um saldo negativo de US$ 1,7 bilhão em abril, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), na sexta-feira (26/5). Desde 2019, o Brasil não apresentava um resultado tão ruim para esse mês. Em 2022, houve superávit de US$ 100 milhões. Em 2021, o número foi positivo em R$ 3,4 bilhões.
Desta vez, a diferença negativa na comparação anual foi resultado, principalmente, da piora do que os técnicos chamam de “renda primária”, cujo déficit alcançou US$ 1,6 bilhão. Esse cálculo inclui as remessas de dinheiro e pagamentos (lucros, juros e dividendos) que as empresas multinacionais, com filial no Brasil, enviam para o exterior. Ele também registra as quantias que empresas brasileiras recebem do exterior.
Balança comercial
Além da renda primária, outros dois dados são importantes para definir o quadro das transações correntes do país. O primeiro deles é o desempenho da balança comercial de produtos, onde entram as exportações e as importações. Em abril deste ano, houve superávit de US$ 6,9 bilhões nesse tópico, o que representou um leve aumento sobre o saldo positivo de US$ 6,8 bilhões, registrado em abril de 2022.
Balança de serviços
Há ainda a balança de serviços. Ela considera as compras de brasileiros no exterior, incluindo gastos com importações de serviços financeiros, fretes e aluguel de equipamentos e com o turismo. Em abril deste ano, ela registrou déficit de US$ 3,15 bilhões, número similar ao do mesmo mês no ano passado, que ficou negativo em US$ 3,19 bilhões.
O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em abril de 2023 somou US$ 54,2 bilhões (2,76% do PIB), ante US$52,4 bilhões (2,67% do PIB) no mês anterior e US$44,6 bilhões (2,56% do PIB) em abril de 2022.