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Por que o azeite de oliva subiu quase 40% e ajudou a acelerar inflação

Preço do produto disparou nos últimos dois anos e ainda não deu sinal de trégua. Mercado tem sofrido com quebras de safra e ação de bactéria

atualizado

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Brian Hagiwara/Getty Images
Azeite de oliva
1 de 1 Azeite de oliva - Foto: Brian Hagiwara/Getty Images

O azeite de oliva foi um dos principais carrascos do último dado sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como a “prévia da inflação”, divulgado nesta quinta-feira (28/12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2023, o produto subiu 37,76% e marcou presença entre os destaques negativos do grupo de alimentos – um dos nove segmentos analisados pelo IBGE.

Entre os produtos alimentícios, o aumento do azeite de oliva só ficou atrás de mercadorias cujos preços apresentam grandes variações sazonais, como é o caso do morango, com alta anual de 62,47%, e da tangerina, com elevação de 41,36%. O salto do azeite de oliva, contudo, tem sido permanente e vem ocorrendo há pelo menos dois anos. 

Um levantamento feito pela empresa de inteligência de mercado Horus, a pedido do Metrópoles, mostra que o preço médio do litro do produto subiu de R$ 44,25, em janeiro de 2021, para R$ 86,19, em novembro deste ano. Nesse caso, a elevação foi de 95%.

Para a Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva), a grande vilã da história está nas “mudanças climáticas que assolam o planeta”. Elas vêm provocando quebras sucessivas de safras do produto. Analistas também indicam como fonte paralela do problema a ação da bactéria Xylella, que ataca as plantações.

Seca na Europa

Na Europa, em 2022, muitas oliveiras foram afetadas por um longo período de seca. Com isso, houve queda na produção de azeitonas, das quais o azeite é extraído. O ano passado marcou a pior safra da história do produto, com redução de 26%, se comparada à média anual. A expectativa era de melhora em 2023, mas isso não ocorreu.

O resultado foi que, em agosto, o preço do azeite em algumas regiões da Espanha, responsável por mais de 40% da produção global do óleo, chegou a 8,20 euros (R$ 44,60) por quilo. Isso representou mais do que o dobro dos 3,80 euros por quilo no mesmo mês do ano anterior. O pulo, nesse caso, foi de 116%.

O Brasil é um dos maiores importadores de azeite do mundo, ao lado de Japão, Estados Unidos e Canadá. A produção nacional representa apenas cerca de 1% do consumo de azeites extra virgens no país.

 

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