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Americanas: PF cumpre mandados de prisão e buscas contra ex-executivos

Polícia Federal deflagrou Operação Disclosure, e cumpre buscas e apreensões em endereços de 14 investigados; entre eles, CEOs e ex-diretores

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Imagem de homem passando em frente a uma loja da Americanas - Metrópoles
1 de 1 Imagem de homem passando em frente a uma loja da Americanas - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27/6), a Operação Disclosure, que cumpre mandados de prisão e de buscas e apreensões no Rio de Janeiro contra e ex-executivos da Lojas Americanas por supostos crimes contra o mercado financeiro e organização criminosa.

Ao todo, são 14 investigados, entre os quais o ex-CEO da varejista, Miguel Gutierrez, e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, que são alvos de mandado de prisão e estão fora do país. O grupo investigado é responsável pela maior fraude da história do mercado financeiro do Brasil, estimada em cerca de 25,3 bilhões de reais.

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Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da Americanas, em depoimento à CPI da Americanas
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Miguel Gutierrez, ex-executivo da Americanas

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Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da Americanas, em depoimento à CPI da Americanas

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Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e decorreram de uma investigação conjunta entre a PF, o Ministério Público Federal (MPF) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao todo, 80 policiais federais participam da operação.

Segundo a decisão judicial que autorizou a operação policial, a PF atribui aos investigados  “manobras fraudulentas” destinadas a alterar “os resultados reais da empresa, com o objetivo de receber vantagens indevidas com o pagamento de bônus por metas atingidas, e elevar de forma ilícita a cotação das ações das Americanas, pois, assim, gerariam ganhos financeiros não justificados, visto que alguns dos investigados tinham participação acionária nas empresas”.

Segundo investigadores, as manobras “causaram grande prejuízo para os demais acionistas, principalmente aos minoritários, que, em razão da falsa saúde financeira das empresas, operavam transações acionárias com preços inflacionados”. Os crimes investigados são os de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada.

As investigações foram abastecidas pelas delações premiadas dos ex-diretores Marcelo da Silva Nunes e Flávia Pereira Carneiro Mota.

Eles contaram, em delação premiada, que as fraudes se iniciavam com o preparo, pela equipe de Relações com Investidores de um arquivo chamado “verdes e vermelhos”, que fazia parte de um “kit de fechamento trimestral”. Nele, constava a expectativa de crescimento por parte de analistas de mercado. Segundo as delações, quando elas não eram atingidas, a diretoria mudava os resultados “para não frustrar as expectativas de mercado”.

Cópias desses arquivos “Verdes e Vermelhos” foram obtidas pela Polícia Federal. Eles mostram o comparativo entre os números prévios e as expectativas de mercado. Há, ainda, conversas e e-mails entre executivos da rede varejista que mostram ordens internas para incrementar números reais para que ficassem próximos do esperado pelo mercado.

São alvos da operação da PF: Anna Christina Soteto, Carlos Eduardo Padilha, Anna Saicali, Fabio Abrate, Jean Pierre Ferreira, Fabien Picavet, Luiz Augusto Henriques, João Guerra Duarte Neto, José Timotheo de Barros, Murilo dos Santos Correa, Marcio Cruz Meirelles, Maria Chirstina Do Nascimento e Raoni Lapagesse Franco.

A defesa de Miguel Gutierrez afirma “que não teve acesso aos autos das medidas cautelares deferidas nesta quinta-feira (27) e por isso não tem o que comentar”. “Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”.

O Metrópoles busca a defesa de Anna Christina Ramos Saicali. O espaço está aberto para manifestação.

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