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Pobreza na Argentina atinge 57,4% da população, maior nível em 20 anos

Índice foi alcançado em janeiro, após desvalorização da moeda local. Presidente Milei responsabilizou “casta” de políticos pela situação

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Javier Milei, presidente da Argentina - Metrópoles
1 de 1 Javier Milei, presidente da Argentina - Metrópoles - Foto: Tomas Cuesta/Getty Images

A pobreza aumentou na Argentina em janeiro, alcançando 57,4% da população, o equivalente a 27 milhões de pessoas. Em dezembro, ela estava em 49,5%. Esse foi o maior nível atingido pelo indicador em 20 anos. 

A informação faz parte do estudo “Argentina século XXI: Dívidas sociais crônicas e desigualdades crescentes. Perspectivas e desafios”, divulgado no último fim de semana pelo Observatório da Dívida Social Argentina.

O relatório, feito pela Pontifícia Universidade Católica da Argentina, indica que o aumento da pobreza está diretamente relacionado à desvalorização da moeda, promovida pelo governo em dezembro. A medida elevou os preços da cesta básica e dos alimentos em geral. 

De acordo com a análise, a taxa de indigência passou de 14,2% em dezembro para 15% entre dezembro de 2023 e janeiro deste ano.

Os mais afetados

De acordo com o relatório, os mais afetados pela queda de renda no início de 2024 foram as famílias de classe média baixa e os trabalhadores com escassa qualificação, principalmente os que não estão incluídos em políticas sociais específicas. Entre os que se enquadram nesses programas, a pobreza aumentou de 81,9% em dezembro de 2023 para 85,5% em janeiro de 2024.

Segundo o diretor do Observatório da Dívida Social, Agustín Salvia, o documento baseia-se numa “simulação estatística a partir de dados da pesquisa do terceiro trimestre do ano passado”. Ele observou que “se a inflação cair, haverá um alívio rápido” do índice. “Caso contrário, enfrentaremos uma catástrofe social”, disse. 

Reação de Milei

O presidente argentino, Javier Milei, reagiu aos números em um post no X, o antigo Twitter. Ele responsabilizou os políticos pelo aumento da pobreza no país. Disse que o empobrecimento é resultado de uma “verdadeira herança do modelo de castas”, expressão que usa desde a campanha eleitoral. 

“Os políticos têm de compreender que o povo votou pela mudança e vamos dar as nossas vidas para levá-la adiante”, afirmou Milei.

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