Planos de saúde têm prejuízo de R$ 5,5 bilhões no terceiro trimestre
O setor vem de uma série de resultados negativos em seis trimestres. No segundo trimestre deste ano, o déficit havia sido de R$ 4,4 bilhões
atualizado
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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) atualizou os resultados contábeis das operadoras de saúde no terceiro trimestre de 2022. Os números não foram nada animadores. Os planos médico-hospitalares tiveram prejuízo operacional de R$ 5,5 bilhões nesse período.
O setor vem de uma série negativa histórica de seis trimestres com resultados negativos, além de um índice de sinistralidade próximo a 90%. Na prática, isso quer dizer que 90% das receitas foram gastos com despesas. No segundo trimestre deste ano, o prejuízo havia ficado em R$ 4,4 bilhões e, no primeiro, em R$ 1,1 bilhão.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) afirma que o cenário é “crítico e preocupante”. “Os resultados do terceiro trimestre reforçam o que as operadoras vêm alertando há algum tempo: desde a pandemia, a saúde suplementar tem sido pressionada por uma expressiva alta dos custos assistenciais”, diz Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde, que representa 14 grupos de operadoras responsáveis por 41% dos beneficiários do mercado.
De acordo com a entidade, entre os fatores conjunturais que mais impactaram o resultado dos planos de saúde está o aumento da procura por procedimentos médicos que ficaram represados durante a pandemia, a elevação dos custos de insumos e a cobertura obrigatória de tratamentos e tecnologias “cada vez mais caras e complexas”, algo que “tende a se agravar com as mudanças legislativas recentes”.
A diretora-executiva da FenaSaúde observa: “Os recursos são finitos e, cada vez mais, é preciso rigor nas escolhas do que deve ou não ser oferecido pelo sistema, sob pena de inviabilizar seu funcionamento e o atendimento a 50 milhões de brasileiros”.