Planos de saúde crescem com retomada do emprego no país
Em outubro, o avanço no Brasil foi de 3,4% e em São Paulo, de 3%, ambos em comparação com o mesmo mês do ano passado
atualizado
Compartilhar notícia
No mês de outubro de 2022, o número de associados dos planos de saúde alcançou a marca de 50,2 milhões de brasileiros. Com isso, houve um acréscimo de 1,7 milhão de pessoas nesse sistema, o equivalente a um avanço de 3,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação entre outubro e setembro deste ano, a adesão ao serviço aumentou em 72,8 mil usuários.
No estado de São Paulo, a situação foi similar. No mês passado, o total de associados chegou a 18,1 milhões, o que representou acréscimo de 517,9 mil pessoas em comparação a outubro de 2021, o que perfaz uma elevação de 3%.
É isso o que indicam dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), compilados pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Note-se que o total de associados dos planos médico-hospitalares vem se recuperando pelo menos desde maio no país.
Na análise da FenaSaúde, esse resultado positivo reflete, em grande medida, a redução da taxa de desemprego no 3° trimestre de 2022. Ela passou de 12,1% para 8,3% na comparação com o mesmo período de 2021 – a menor para esses três meses desde 2014 (6,7%). Isso segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada em novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Um estudo realizado no fim de 2021, encomendado pela FenaSaúde ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), apontou que o plano de saúde está entre os três principais itens de desejo do brasileiro. Ele fica atrás da compra da casa própria e da realização de investimentos financeiros.
Os resultados desse levantamento indicam ainda que o “acesso seguro à saúde” é o que 39% dos entrevistados buscam ao contratar planos. Depois, vem a “rapidez no atendimento” (24%), seguida pela “tranquilidade em contar com a assistência privada” (13%).
Mesmo com 25% da população brasileira coberta por esses serviços médico-hospitalares, a Federação acredita que há espaço para o setor crescer no Brasil. Ainda assim, nos últimos meses, o segmento vem amargando déficits constantes. O prejuízo anotado no terceiro trimestre deste ano, por exemplo, foi de R$ 5,5 bilhões.
A FenaSaúde aponta que vários fatores conjunturais têm afetado os resultados do segmento. Entre eles estão o aumento da procura por procedimentos médicos represados na pandemia, além da elevação dos custos de insumos e a cobertura obrigatória de tratamentos e tecnologias cada vez mais caros e complexos.