Piorou de novo: Focus detona projeções de inflação, dólar e Selic
Mercado não para de elevar estimativas para principais indicadores econômicos do país. Nesta semana, a previsão do PIB também aumentou
atualizado
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Os cerca de 150 analistas do mercado financeiro consultados semanalmente em pesquisa realizada pelo Banco Central (BC) pioraram, mais uma vez, as projeções para a inflação, o dólar e a taxa básica de juros do Brasil, a Selic. Eles também elevaram a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. É isso o que mostra a última edição do Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (10/6) pelo BC.
Agora, o mercado estima que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 3,90%, ante 3,88% na semana passada e 3,76% há quatro semanas. Esse foi o quinto aumento seguido da previsão do IPCA para 2024.
Além disso, sofreu leve alta a estimativa da inflação de 2025. Nesse caso, ela foi de 3,77% para 3,78%. Há quatro semanas, estava em 3,66%. Essa foi a sexta vez consecutiva que houve aumento na estimativa para o próximo ano do IPCA. No caso de 2026, a projeção manteve-se em 3,60%. Para 2027, permanece em 3,50%.
Selic tem nova alta
Para a Selic, a projeção para 2024, ficou em 10,25% ao ano. Hoje, a taxa está em 10,50%. Isso quer dizer que, para os analistas, ela só será reduzida em 0,25 ponto percentual até o fim deste ano. A taxa para 2025, que permaneceu estável por cinco semanas, aumentou pela segunda vez. Foi de 9,18% para 9,25%. As taxas de 2026 e 2027 não foram alteradas e continuam em 9%.
Incertezas
A estimativa para os juros básicos sofreu forte reversão há pouco mais de um mês. A partir de 22 de dezembro e durante as 16 semanas seguintes, o mercado manteve a previsão em 9% ao ano para 2024. Há cerca de dois meses, no entanto, os especialistas aumentaram o número para 9,13% e, a seguir, para 9,50%. Depois, ele passou para 9,63% e 9,75%.
A ascensão da estimativa dos juros básicos tem sido resultado do avanço das incertezas na economia tanto no campo internacional como no doméstico. No exterior, por exemplo, está cada vez mais distante a perspectiva de redução de juros nos Estados Unidos em um curto prazo.
Fiscal e RS
No cenário interno, as dúvidas reverberaram de forma mais intensa desde a mudança da meta fiscal para os anos de 2025 e 2026, anunciada pelo governo Lula no mês passado. A tragédia no Rio Grande do Sul piorou esse quadro.
Por conta dessas dúvidas, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, reduziu o ritmo de cortes dos juros no Brasil, em sua última reunião, nos dias 7 e 8 de maio. Na ocasião, a taxa foi cortada em apenas 0,25% ponto percentual.
Dólar aumenta no médio prazo
Os analistas consultados pelo BC também não elevaram a projeção do dólar. Mas esses aumentos incidiram sobre 2025 e 2027. Ou seja, no médio prazo. Para 2024, a cotação da moeda americana permaneceu em R$ 5,05. Para o ano seguinte, passou de R$ 5,05 para R$ 5,09. Em 2026, o número fixado ficou em R$ 5,10 e, para 2027, foi para R$ 5,11. Antes, a estimativa era de R$ 5,10.
PIB retoma avanço
No último Relatório Focus, os analistas também aumentaram o valor para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que ficou em 2,09% para 2024. Na semana anterior, estava em 2,05%. A perspectiva do PIB deu uma arrancada por cerca de dez semanas seguidas. Há pouco mais de um mês, ela estava em 1,85%. Até fevereiro, permaneceu estável em 1,60%.
Relatório Focus
O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. Ele é divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central e traz a evolução semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. As projeções são do mercado, não do BC.