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Pilotos e comissários aprovam greve a partir de segunda-feira, 19/12

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) aprovou uma proposta de greve na semana que antecede as festas de Natal; veja aeroportos afetados

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Saguão do aeroporto de Brasília
1 de 1 Saguão do aeroporto de Brasília - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Pilotos e comissários de avião deverão cruzar os braços a partir de segunda-feira (19/12) em todo Brasil. A convocação de greve foi aprovada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) na tarde de hoje (15/12).

Em um primeiro momento, a paralisação ocorrerá de forma total na janela de 6 às 8 horas da manhã. Segundo o sindicato, as decolagens serão completamente interrompidas nesse período, exceto para casos especiais, como voos transportando órgãos para transplante, vacinas ou pacientes médicos.

Os aeroportos afetados serão: Congonhas e Guarulhos, em São Paulo; Viracopos, em Campinas; Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro; Confins, em Belo Horizonte; Juscelino Kubitschek, em Brasília; Salgado Filho, em Porto Alegre e Pinto Martins, em Fortaleza.

O que querem os pilotos e comissários

Os aeronautas pleiteiam um reajuste salarial de 10,9%, que representa a recomposição inflacionária anual de 5,9% somada a um aumento real de 5%. Nas negociações, as companhias aéreas ofertaram apenas o reajuste de 5,9%, equivalente ao Índice de Preços Nacional ao Consumidor (INPC) do período.

Além disso, o sindicato pede que as companhias aéreas, representadas pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), cumpram outros pontos negociais, como um período máximo de espera entre os voos da tripulação.

Os representantes dos trabalhadores alegam que comissários e pilotos são obrigados a aguardar por até 6 horas nos aeroportos entre um embarque e outro. O pleito é que o intervalo seja limitado a, no máximo, 3 horas. Em contrapartida, o SNEA ofereceu a possibilidade de alocar os trabalhadores em hotéis, proposta rejeitada pelos aeronautas.

Na justificativa apresentada pelos trabalhadores para os pleitos apresentados está a recuperação das companhias aéreas, na esteira da melhora da pandemia de covid-19 no Brasil e no mundo.

Dados operacionais mostram que o tráfego e a demanda das companhias brasileiras ainda não superaram totalmente o patamar do primeiro trimestre de 2020, antes de o vírus se espalhar pelo mundo, mas estão próximos a isso.

Por outro lado, as companhias alegam que os custos de voo ficaram mais elevados no último ano, por causa, principalmente, do encarecimento dos combustíveis das aeronaves. Na visão das empresas, a melhora na demanda e o reajuste das passagens aéreas não teria sido suficiente para recompor os prejuízos do período.

Greve de pilotos e comissários na semana do Natal

Segundo o SNA, a greve será mantida até que haja uma resposta sobre as reivindicações. No ano passado, os aeronautas chegaram a aprovar uma greve durante o período de renegociação salarial, mas um acordo no Tribunal Superior do Trabalho reverteu a decisão de paralisação.

Se a greve for mantida, os aeronautas devem cruzar os braços na semana que antecede as festas de Natal, uma das datas mais movimentadas para o setor. Como a paralisação afeta os principais aeroportos do país, o impacto financeiro deverá ser relevante.

O Metrópoles procurou o SNA, que representa os trabalhadores, e o SNEA, sindicato patronal, mas não recebeu resposta até a tarde desta quinta-feira (15/12).

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