PIB dos EUA sobe 4,9% no 3º trimestre, mas fica abaixo do esperado
Resultado repetiu a primeira leitura dos dados, divulgada em outubro, mas veio abaixo das projeções do mercado, que indicavam alta de 5,2%
atualizado
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A economia dos Estados Unidos avançou 4,9% no terceiro trimestre deste ano. É o que mostra a leitura final dos dados, divulgada nesta quinta-feira (21/12) pelo Departamento de Comércio do governo americano.
O resultado, o maior desde 2021, veio abaixo das expectativas do mercado. O consenso Refinitv, que reúne as principais projeções, estimava uma alta de 5,2%.
Na primeira leitura dos dados do PIB, divulgada no fim de outubro, havia sido registrada uma alta exatamente de 4,9%.
No segundo trimestre, a economia dos EUA registrou alta de 2,1%, na base de comparação anual. No primeiro, o crescimento foi de 2%.
Dados revisados para baixo
A atualização dos dados refletiu uma revisão para baixo dos gastos dos consumidores no período entre julho e setembro. As importações também foram revisadas para baixo.
Em dólares correntes, o PIB americano cresceu 8,3% em termos anuais (US$ 547,1 bilhões), para US$ 27,61 trilhões.
Mercado repercute dados americanos
As atenções do mercado financeiro seguem voltadas para os EUA, com a expectativa em relação ao possível início do ciclo de cortes da taxa de juros americana, a partir do ano que vem.
Na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), os juros ficaram inalterados pela terceira reunião consecutiva, no patamar entre 5,25% e 5,5% ao ano.
O Fomc, por sua vez, indicou três possíveis reduções de 0,25 ponto percentual ao longo de 2024, o que significa uma queda de 0,75 ponto percentual dos juros americanos no ano que vem.
Entretanto, declarações de dirigentes do próprio Fed em sentido contrário têm preocupado os investidores e gerado dúvidas sobre uma efetiva redução dos juros na maior economia do mundo.
Com um mercado de trabalho forte e a atividade econômica resiliente, aumentam ainda mais as dúvidas sobre a política monetária e a possibilidade real de corte de juros. Nesse sentido, a aceleração menor do que o esperado da economia americana pode ser interpretada como uma boa notícia.
A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação e esfriar a atividade econômica.