Petrobras finaliza plano de investimentos, sob pressão do governo
Expectativa é que projeto, com aportes de até US$ 100 bilhões, seja aprovado pelo conselho da administração da estatal nesta quinta (23/11)
atualizado
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O conselho de administração da Petrobras deve aprovar nesta quinta-feira (23/11) o novo plano de negócios da estatal, válido para o quinquênio entre 2024 e 2028. A expectativa é que o programa seja divulgado na sexta (24/11) pela estatal.
Para esse período, devem ser fixados investimentos de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 490 bilhões), voltados para projetos de petróleo, gás, refino e fontes renováveis. A quantia, se confirmada, representará um crescimento de 25% em relação aos R$ 78 bilhões investidos no período anterior, de 2023 a 2027.
Os preparativos finais da proposta ocorrem em um momento de tensão entre o governo e a Petrobras. O plano é um do ponto de confronto, mas não o único, entre o presidente da estatal, Jean Paul Prates, e os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Os ministros e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobram de Prates a redução no preço dos combustíveis e a aceleração, no plano de negócios, de aportes em novas plataformas para incentivar a retomada de empregos em estaleiros.
A tensão chegou a tal ponto que, ao longo desta semana, repercutiram na Bolsa de Valores especulações sobre uma eventual saída de Prates da Petrobras.
Fontes renováveis
Quanto ao plano, a previsão é de que os aportes em fontes renováveis (solar, hidrogênio, eólica em terra e eólica offshore) representem 7% dos investimentos, mas com a meta de elevar esse número para 15% ao longo dos anos. A Petrobras também deve voltar o segmento de fertilizantes.
Analistas do JPMorgan acreditam que a elevação do aporte para US$ 100 bilhões não será uma surpresa. Ela ocorrerá, por exemplo, com a elevação da curva de produção de petróleo em cerca de 10%, na comparação com o antigo plano de negócios.
Acrescentam que os seguintes fatores também vão resultar em aportes mais vultosos: a correção monetária; o maior foco em maior produção; maiores investimentos em refino – provenientes de expansões, mas também dado que o programa de desinvestimentos terminou; e um aumento substancial nos projetos de baixo carbono, incluindo a geração de energia eólica offshore.” Com isso, o total de investimentos pode ficar entre US$ 95 bilhões e US$ 100 bilhões.