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Petra Gold: “Milhões não foram devolvidos a investidores”, diz juíza

Juíza federal Valéria Caldi Magalhães diz em decisão que empresário alvo de operação da PF usava Petra Gold para “interesses pessoais”

atualizado

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Teatro Petra Gold
1 de 1 Teatro Petra Gold - Foto: Tv Globo/Reprodução

São Paulo — Ao autorizar buscas e apreensões da Polícia Federal (PF) na casa do dono da Petra Gold, Eduardo Wanderley, a juíza federal Valéria Caldi Magalhães afirmou que o empresário usava a companhia para atender interesses pessoais e que milhões de reais não foram devolvidos aos investidores.

Eduardo foi alvo da Operação Lóris, que investiga a emissão de mais de R$ 300 milhões em debêntures não autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e sem lastro, deixando investidores sem retorno financeiro de seus aportes.

Como mostrou o Metrópoles, depoimentos de responsáveis pelas finanças da empresa revelaram que ele comprou uma mansão de R$ 5,3 milhões e barcos e manteve uma vida luxuosa com dinheiro da Petra Gold.

A juíza aceitou um pedido da PF para fazer buscas na casa do empresário, apontando a probabilidade de que o crime de lavagem de dinheiro continuava a ser praticado pelo empresário, “na medida em que os valores transacionados pela empresa eram da ordem de milhões de reais e não foram restituídos aos investidores”.

“O envolvimento de Eduardo Wanderley nos fatos é praticamente incontroverso. Toda a narrativa feita linhas acima é indicativa de que ele, na qualidade de gestor das empresas do grupo societário denominado Grupo Petra Gold, seria o principal responsável pelos fatos criminosos em apuração”, disse a juíza.

Segundo a magistrada, “em total descompasso com a saúde financeira do Grupo Petra, Eduardo Wanderley teria concedido diversos patrocínios a terceiros nos ramos da cultura e esportes cariocas, nos quais foram investidas grandes quantias dos cofres da empresa”.

A juíza afirma ainda que há indícios de uma possível gestão temerária e até fraudulenta da empresa e que não havia medidas concretas para que as empresas do grupo obtivessem faturamento, além das debêntures negociadas sem autorização da CVM.

“Os gastos eram voltados apenas para manter a aparente saúde financeira do empreendimento e captar mais clientes e seu CEO, Eduardo, utilizava-se frequentemente dos valores da pessoa jurídica para atender interesses pessoais”, afirmou.

A investigação

Segundo a PF, a Operação Loris mira a atuação da Petra Gold após a empresa ter “grande projeção no cenário carioca ao emitir debêntures, ofertadas publicamente sem autorização da CVM, captando assim centenas de milhões de reais”.

A empresa patrocinou eventos, museus, esportistas, além de adquirir um teatro em área nobre do Rio de Janeiro, com o propósito de difundir o nome do grupo.

A suspeita é de lavagem de dinheiro, emissão ilegal de debêntures e gestão fraudulenta de instituição financeira. Se condenados, os acusados podem pegar até 30 anos de prisão.

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