Pesquisa mostra que desigualdade digital aumenta no mundo
Ranking da escola de negócios suíça IMD, em parceria no Brasil com a Fundação Dom Cabral, aponta para fosso cada vez maior
atualizado
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O Anuário de Competitividade Digital de 2023, produzido pelo IMD, escola de negócios com sede na Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), que classificou o Brasil na 57ª posição entre 64 países, indica que está havendo um aumento da desigualdade nesse campo no mundo.
De forma resumida, o estudo (veja reportagem completa sobre a pesquisa neste link) mostra a consolidação da América do Norte, Europa e Ásia no topo do ranking de competitividade digital. Enquanto isso, alguns países latino-americanos continuam em posições inferiores.
“Os achados da pesquisa sinalizam que o desenvolvimento e a adoção de tecnologias digitais vêm ampliando cada vez mais a distância entre os países no topo e na base do ranking”, diz Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC.
Por isso, observa o especialista, o estudo “reforça a importância de um maior envolvimento da esfera pública e privada na agenda de construção de uma nação digital, pela complexidade e necessidade de atuação em cooperação para superação de desafios”.
Tadeu observa que os países que se destacam e avançam no ranking (veja tabelas abaixo) têm feito o “dever de casa”. “Isso inclui um amplo investimento em formação de mão de obra, em parques tecnológicos e no uso de recursos públicos para fomentar a pesquisa, a ciência e a tecnologia”, afirma. “Investimentos tradicionais não vão dar suporte ao desenvolvimento de longo prazo do Brasil.”
O especialista acrescenta que crescer no campo da digitalização é fundamental para o avanço da inovação e do empreendedorismo, e isso exige capital. “Não há como avançar de outra forma”, diz. “A concentração de ‘riqueza digital’ em alguns países é proporcional aos aportes que eles têm feito nesse setor. E o avanço nessa área acentua a desigualdade em outros campos.”