metropoles.com

Pesquisa: brasileiros apontam riscos e vantagens com Lula no poder

Em pesquisa feita para o Metrópoles, brasileiros falam sobre os problemas e os méritos que projetam para o terceiro mandato de Lula

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Presidente Lula durante apresentação do Relatório Final do Gabinete de Transição - Metrópoles
1 de 1 Presidente Lula durante apresentação do Relatório Final do Gabinete de Transição - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O retorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, a partir da posse neste domingo (1/1), em Brasília, tem gerado expectativas distintas nos brasileiros sobre como será o terceiro mandato do petista.

Uma pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Travessia, com exclusividade para o Metrópoles, aponta quais são os maiores riscos e as principais vantagens para o país com o novo governo, na visão dos eleitores.

Na opinião dos brasileiros, os quatro maiores riscos do governo Lula são, pela ordem, a corrupção (36%), o endividamento público (28%), o aumento da inflação (22%) e a elevação de impostos (21%).

Por outro lado, a lista que reúne as principais vantagens da nova gestão do petista inclui a diminuição da pobreza (42%), a queda do desemprego (23%), o crescimento econômico (21%) e o avanço da educação (18%).

O levantamento foi realizado entre os dias 14 e 15 de dezembro, por meio de mil entrevistas feitas por telefone com pessoas com idades a partir de 16 anos, em todo o país.

Renato Dorgan Filho, sócio do Travessia, nota que as duas avaliações foram feitas a partir de perguntas diferentes (veja abaixo quadros com as respostas completas). Em ambas, a soma dos resultados ultrapassa 100%, pois os entrevistados puderam escolher mais de uma opção entre as respostas.

O especialista aponta que as indicações de riscos foram feitas por uma maioria de oponentes do próximo presidente e vice-versa. Mas não é só. O técnico observa que, em pesquisas qualitativas, feitas a partir de conversas com grupos menores de participantes, há temas que ocupam a intersecção entre adeptos de Lula e opositores, como é caso dos bolsonaristas.

“A corrupção, por exemplo, é uma preocupação que abarca tanto os eleitores de Bolsonaro como principalmente parte dos que fizeram voto útil em Lula”, diz. “Em contrapartida, nem todos que se impressionam com a pobreza e o desemprego estão mais à esquerda, embora esses dois polos ideológicos ainda estejam muito isolados.”

Em outra pergunta da sondagem, os participantes foram questionados sobre o que esperam que aconteça com o país após a posse de Lula, neste domingo. Nesse caso, 50% apontaram que a situação vai melhorar, 10% disseram que ela não vai mudar, 33% esperam que piore e 7% não souberam ou não quiseram responder.

E aqui, observa Dorgan Filho, a enquete reproduz com razoável fidelidade o resultado das urnas, abertas em novembro. “Se unirmos os pessimistas, os céticos e parte daqueles que não responderam à sondagem, teremos quase a metade do eleitorado”, observa o analista. “Isso resultaria em uma vitória apertada de Lula, exatamente como vimos nas eleições.” (veja quadro abaixo)

Prioridades

A mesma pesquisa também apresentou cinco temas aos entrevistados, e pediu que atribuíssem uma nota de zero a dez a cada um deles, para definir o que deveria ser prioridade para o novo governo Lula.

No que depender da população, o presidente petista deve atuar prioritariamente em três fronts: educação, emprego e saúde.

A educação obteve a maior pontuação, com 8,5. Foi seguida de perto pelos tópicos emprego (8,4) e saúde (8,3). Um pouco atrás vieram segurança (8,1) e meio ambiente (7,9).

Na avaliação de Renato Dorgan Filho, a liderança da educação não algo é trivial. “Normalmente, é a saúde que fica em primeiro lugar nesse tipo de sondagem”, diz.

E foi exatamente isso que o ocorreu em outra pesquisa realizada pelo mesmo instituto, mas na passagem de 2021 para 2022. Na ocasião, sob o ponto de vista dos cidadãos, a saúde deveria ocupar o topo das prioridades do poder público.

Para o analista do instituto, a virada da educação neste ano pode ser resultado de dois fatores. Um deles é o realce que o tema ganhou desde o início da pandemia, com a interrupção das aulas presenciais.

“Muitas consequências dessa parada brusca, como problemas de aprendizado e até de relacionamento entre as crianças, estão ficando mais nítidos agora”, afirma o especialista. “E isso assusta.”

A outra possibilidade diz respeito à memória recente do processo eleitoral. “Embora a campanha presidencial tenha sido polarizada demais e poucos assuntos tenham entrado em debate, a educação era uma das principais bandeiras de alguns candidatos”, diz o analista.

“De qualquer forma, não deixa de ser uma boa novidade ver a população colocar um tema tão importante em destaque”, completa.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?