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Perícia da Kroll já coletou 1 terabyte de dados da Americanas

Informações são de e-mails e relatórios trocados pela cúpula de varejista em 10 anos. Volume equivale a 6,5 milhões de documentos digitais

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Imagem colorida da fachada da loja Americanas - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida da fachada da loja Americanas - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A empresa de consultoria de risco Kroll já coletou cerca de 1 terabyte de dados em documentos trocados por integrantes da cúpula da Americanas nos últimos dez anos. Em janeiro, a companhia foi nomeada pela Justiça paulista para realizar a perícia de e-mails, ofícios e relatórios mantidos pelos altos executivos da varejista. A medida foi resultado de uma ação de produção antecipada de provas, movida pelo Bradesco.

A informação sobre o volume bruto de dados já reunidos pela Kroll foi obtida pelo Metrópoles junto a uma fonte ligada ao caso. Um terabyte de dados corresponde a cerca de 6,5 milhões de documentos, como páginas do Word (a ferramenta de texto da Microsoft) ou de PDFs. Em relação a imagens, é o mesmo que 500 horas de vídeo em alta definição (HD). Equivale ainda, em termos analógicos – ou seja, no mundo de átomos –, a 1,3 mil armários de médio porte lotados de papel.

A perícia dos e-mails tem como objetivo identificar eventuais responsáveis e esclarecer como foi armada, dentro da empresa, a fraude contábil estimada em R$ 20 bilhões, a maior da história do país. Informações iniciais indicaram que a falcatrua vinha se arrastando por um período de dez anos, daí a abrangência temporal da análise das mensagens eletrônicas. A investigação alcança diretores e conselheiros desse período, o que inclui integrantes do grupo acionistas de referência Americanas, formado por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. 

Perda ou destruição

Ao determinar a perícia, a Justiça considerou a possibilidade de perda ou destruição de dados que poderiam ajudar a esclarecer o caso. Destacou a sentença que estabeleceu a perícia: “Diante da magnitude do fato e potencial responsabilização individual dos agentes envolvidos nas fraudes suspeitas, é razoável supor que provas relevantes e necessárias para verificar a ocorrência de fatos ilícitos correm risco de perecimento”.

Suspensão

Desde janeiro, contudo, a Americanas questiona a realização da perícia. No início de setembro, a empresa conseguiu a suspensão da coleta do material. Para tanto, recorreu à Justiça, alegando que havia uma relação de parceria entre a Kroll e os representantes legais do Bradesco, do escritório Warde Advogados, em outro processo judicial. Nesse caso, tratava-se da disputa entre o site de e-commerce Kabum contra o Magazine Luiza e o Itaú BBA

Esse relacionamento entre a Kroll e o Warde Advogados, na visão dos representantes legais da varejista, colocaria a perícia em suspeição. Há duas semanas, porém, a juíza Andréa Galhardo Palma, da 2ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem, recusou os alegações da varejista e determinou a retomada da coleta de dados. 

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