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Pedidos de recuperação judicial caem após três meses de alta

Apesar da queda em relação a agosto, número de setembro continua alto e aumentou na comparação com o mesmo mês do ano passado

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Imagem colorida de um martelo de juiz sendo batido em uma mesa de tribunal - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de um martelo de juiz sendo batido em uma mesa de tribunal - Metrópoles - Foto: Getty Images

Os dados sobre recuperações judiciais (RJs) registradas em setembro no Brasil trazem uma boa notícia. No caso, trata-se do fato de o total de solicitações ter diminuído 17,5% em relação a agosto, depois de três meses seguidos de alta. Mas há um senão na estatística. Isso porque, na comparação com setembro de 2023, o número deste ano representou um aumento de 44,1% na adoção desse tipo de medida por parte das empresas brasileiras.

De acordo com pesquisa mensal da Serasa Experian, foram registrados 196 pedidos de recuperação judicial em setembro, ante 238 em agosto, o que resultou na queda de 17,6% na análise mensal. Em setembro do ano passado, contudo, foram anotadas 136 solicitações. Com isso, deu-se a elevação de 44,1% na comparação anual.

Por fim, mostram os dados da Serasa Experian, os 196 pedidos de setembro, marcam a interrupção de uma sequência de altas. Isso porque em maio o total estava em 152. No mês seguinte, junho, passou para 177, alcançando 228 em julho e 238 em agosto.

Para o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, é a seguinte a interpretação dos dados: “Embora tenha havido uma queda em setembro, o número de pedidos de RJs permanece elevado”, diz o especialista. “Isso se deve às altas taxas de juros, que aumentam o custo do crédito e dificultam o pagamento das dívidas pelas empresas.

Outros fatores

Há, porém, outros motivos. “A crescente inadimplência dos consumidores também impacta negativamente o fluxo de caixa das companhias, enquanto a dificuldade de acesso ao crédito restringe suas opções de financiamento”, afirma Rabi. “Além disso, a inflação pesa sobre os consumidores e afeta as empresas, Combinados, todos esses fatores criam um ambiente desafiador, levando muitos CNPJs a recorrerem à recuperação judicial como uma forma de reestruturar suas dívidas e continuar operando.”

A pesquisa da Serasa Experian indica ainda que a maioria das requisições de recuperação judicial foi realizada por empresas do segmento de serviços (90). A seguir, vieram o comércio, o setor primário (41, formado por companhias ligadas à agricultura e pecuária) e a indústria (23).

Grandes pioraram

Em relação ao porte, as solicitações foram puxadas pelas micro e pequenas empresas (MPEs), com 148 pedidos. Os negócios de porte médio vieram em seguida, com 26 solicitações e, por fim, as grandes companhias, com 22 requerimentos.

No caso das maiores empresas, no entanto, o número de setembro foi o único que aumentou em relação a agosto. Ele passou de 17 para 22 nesse período.

Falências

Em setembro deste ano, eles somaram 91 casos, numa queda de 9% em relação a agosto. Na comparação com 2023, porém, houve uma alta de 26,4%. As micro e pequenas empresas, que representam a ampla maioria no universo de negócios, lideraram os requerimentos, com 64 pedidos. Elas foram seguidas pelas grandes empresas (16) e pelas médias (11).

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