Pedidos de auxílio-desemprego sobem acima do previsto nos EUA
O Departamento do Trabalho dos EUA diz que os pedidos de auxílio-desemprego subiram para 242 mil na semana encerrada em 29 de abril
atualizado
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O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou, nesta quinta-feira (4/5), que os pedidos de auxílio-desemprego no país subiram 13 mil na semana encerrada em 29 de abril, chegando a 242 mil.
O número foi considerado acima das previsões feitas por analistas de mercado ouvidos pela mídia americana, que estimavam 240 mil novos pedidos para a última semana.
A divulgação dos dados sobre pedidos de auxílio-desemprego ocorre um dia após o aumento da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, anunciado pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos).
Com isso, os juros básicos da economia americana estão agora em um intervalo de 5% a 5,25% ao ano, o maior patamar desde 2007. É o 10º aumento consecutivo dos juros nos EUA.
A decisão tomada pelo Fed força o mercado a cortar gastos e leva, consequentemente, à diminuição da oferta de trabalho e ao aumento de demissões.
Pressão inflacionária
O cenário atual do mercado de trabalho pressiona custos de bens e serviços oferecidos pelas empresas. A situação reflete no aumento de preços, servindo de combustível para a alta da inflação no país.
Isso porque, para atrair novos colaboradores e reter seus melhores profissionais, as companhias americanas são obrigadas a aumentar o valor dos salários.
Em março, segundo informações do governo, havia 1,6 vaga de emprego aberta para cada desempregado. A média está bem acima da faixa de 1,0 a 1,2, patamar considerado pelos economistas do país ideal para não causar pressões inflacionárias.
“Hoje, os Estados Unidos apresentam um cenário em que há mais empregos sendo oferecidos do que gente disposta a trabalhar. E essa barganha do trabalhador em busca de recolocação causa inflação salarial no país”, explica o economista da XP Investimentos Francisco Nobre.
“Mas isso também ocorre com a pessoa que está empregada, que pode trocar a empresa por outra que pague salário maior”, acrescenta o especialista da XP.