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Pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia é aceito pelo TJSP

As ações da empresa dispararam mais de 34% nesta segunda após o anúncio do pedido de recuperação extrajudicial e fecharam cotados em R$ 7,30

atualizado

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Imagem colorida mostra fachada de uma loja das Casas Bahia; empresa entrou em recuperação judicial - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra fachada de uma loja das Casas Bahia; empresa entrou em recuperação judicial - Metrópoles - Foto: Divulgação

São Paulo – O pedido de recuperação extrajudicial do Grupo Casas Bahia foi aceito pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Esse processo visa reestruturar suas dívidas, estimadas em R$ 4,1 bilhões.

A decisão foi proferida nesta segunda-feira (29/4) pelo juiz Jomar Juarez Amorim, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJSP.

“A documentação apresentada pelo requerente [Casas Bahia] evidencia a concordância dos credores que representam mais de metade dos créditos abrangidos pelo plano de recuperação extrajudicial”, afirma a decisão.

Com o pedido de recuperação extrajudicial, todas as execuções contra o Grupo Casas Bahia movidas por credores sujeitos ao plano de recuperação ficarão suspensas pelo prazo de 180 dias.

“A requerente deverá comprovar, no prazo do edital, o envio de carta aos credores sujeitos ao plano. A minuta deverá conter a relação de todos os credores sujeitos ao plano e o meio de acesso ao conteúdo do plano”, continuou o magistrado.

Nesta segunda-feira, após a Casas Bahia protocolar o pedido, as ações da empresa dispararam quase 35%. Os papéis da companhia encerraram o pregão com uma alta de 34,19%, cotados em R$ 7,30.

No pedido de recuperação extrajudicial, a empresa mencionou dívidas de R$ 4,1 bilhões. Agora, ela quer reorganizar o perfil desses débitos que têm como principais credores o Bradesco e Banco do Brasil. Ambos os bancos já deram aval ao processo e, juntos, detêm 55% dos créditos devidos pela varejista.

Pontos positivos

Na avaliação de analistas, o plano de recuperação extrajudicial tem aspectos positivos – o que explica a euforia do mercado de capitais. Isso porque, entre outros pontos, ele preserva o caixa e amplia o fôlego da companhia para executar ajustes considerados necessários, como o fechamento de lojas e a redução do nível de estoques.

Na avaliação de analistas do Bradesco BBI, a “medida traz uma importante margem de manobra para os fluxos de caixa de curto e médio prazo”. Além disso, ela “diminui os riscos de preocupações com liquidez”. 

Especialistas do Safra também consideraram a operação positiva, mas ponderam que o alongamento da dívida vai aumentar o valor total dos juros. Eles passarão de R$ 971 milhões para R$ 2,397 bilhões, estima o banco. 

Economia com a proposta

De acordo com a Casas Bahia, a proposta de recuperação vai manter cerca de R$ 4,3 bilhões no caixa nos próximos quatro anos. O prazo médio da dívida sairá de 22 para 72 meses, com redução de 1,5 ponto percentual no custo médio, o “que representa uma economia de R$ 400 milhões no período”.

As dívidas que renegociadas serão financeiras. Com isso, segundo a empresa, o processo de recuperação extrajudicial não afetará clientes, fornecedores, vendedores e colaboradores. O pedido formalizado pela companhia na noite de domingo ainda precisa ser aprovado pela Justiça. 

Recuperação extrajudicial

A recuperação extrajudicial é diferente da judicial. Mais simples, ela permite que a empresa renegocie uma parte específica de suas dívidas com credores estratégicos. No caso das Casas Bahia, esses credores poderão converter parte da dívida em ações a cada três meses, entre o 18º e o 36º mês após a aprovação do plano de recuperação.

O pedido feito pela companhia não surpreendeu o mercado. Essa possibilidade já vinha sendo cogitada e ocorreu oito meses depois de a companhia ter anunciado o fechamento de 100 lojas e a demissão de 6 mil funcionários.

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