PEC da Transição deve levar dívida do governo a 81,8% do PIB em 2026
Somente em 2022, dívida pública foi reduzida em 3,5 pontos percentuais, passando de 80,3% para 76,8% do PIB, segundo Ministério da Economia
atualizado
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A dívida bruta do governo federal deve dar um salto nos próximos anos e chegar a 81,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2026. A projeção foi divulgada nesta sexta-feira (16/12) pelo Ministério da Economia.
De acordo com os dados mais recentes do Banco Central (BC), a dívida pública bruta recuou de R$ 7,762 trilhões para R$ 7,298 trilhões entre setembro e outubro deste ano. Em relação ao PIB brasileiro, a dívida corresponde a 76,8% (ante 77,1% em setembro).
Somente em 2022, a dívida pública foi reduzida em 3,5 pontos percentuais, passando de 80,3% para 76,8% do PIB. Em 12 meses, o recuo foi de 5,6 pontos percentuais.
Para este ano, segundo a pasta, a dívida bruta ficará em 73,7% do PIB nacional.
De acordo com as projeções do Ministério da Economia, a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que abre espaço no Orçamento para ampliar os gastos do governo, levaria a uma escalada da dívida durante o mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
“As projeções ilustram um cenário desafiador para a condução da política fiscal nos próximos anos, apontando a necessidade de consolidação fiscal e a proposição de regras fiscais capazes de promover a sustentabilidade da dívida pública”, informou a pasta, em nota.
No comunicado, o ministério defende que as novas regras determinem medidas para reduzir as despesas e evitar o aumento descontrolado da dívida.
“A postergação destas medidas resulta em maiores juros nominais pagos pelo Tesouro Nacional e aumento do risco país, com reflexos negativos para o crescimento econômico e para a inflação”, diz o texto.