Patrocinadores manifestam apoio a Vini Jr. após episódio de racismo
Santander e Puma, patrocinadores da La Liga e do Valência, condenaram episódio de racismo contra Vini Jr. no campeonato espanhol
atualizado
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Além de jogadores, personalidades do esporte e políticos, o jogador brasileiro Vinícius Jr. recebeu manifestação de apoio de duas patrocinadoras do futebol espanhol após o episódio de racismo sofrido no fim de semana. Vini Jr. foi alvo de gritos de “macaco” em partida de seu clube, o Real Madrid, contra o Valência, válida pelo campeonato espanhol.
O banco Santander e a fabricante de artigos esportivos Puma condenaram as manifestações racistas contra o jogador brasileiro.
O Santander é patrocinador de La Liga, campeonato de futebol espanhol, e a Puma patrocina tanto a Liga quanto o Valência, que era mandante do jogo em que os ataques contra Vinícius Jr. ocorreram.
“Na Puma, não toleramos o racismo, condenamos a discriminação de qualquer forma e nos solidarizamos com Vinícius Junior e toda a comunidade do futebol ao condenar os eventos de ontem”, disse a empresa, em comunicado enviado à agência Reuters.
O Santander também divulgou comunicado afirmando que rejeita “racismo e discriminação”. O banco dá nome a La Liga nesta temporada e é o principal patrocinador do campeonato espanhol.
“O Santander rejeita veementemente todo racismo e discriminação, seja qual for sua forma”, afirmou o banco espanhol.
Cobrança pública
Nas redes sociais, as empresas vinham sendo pressionadas a se posicionar sobre o caso. Na manhã desta terça-feira, os perfis das marcas no Instagram e no Twitter continham dezenas de comentários cobrando as companhias sobre o caso de racismo na Liga.
Autoridades brasileiras também passaram a citar os patrocinadores nos últimos dias. O ministro da Justiça brasileiro, Flávio Dino, publicou uma imagem do Santander ao lado do logotipo da Liga, o campeonato de futebol espanhol.
“Espero que essas empresas façam alguma coisa de séria e efetiva sobre o inaceitável e reiterado racismo contra Vinicius Júnior na Espanha”, escreveu Dino, em seu perfil no Twitter.
O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, publicou que “a Liga, as entidades europeias de futebol, a FIFA, os clubes, as empresas patrocinadoras, parte da imprensa e os governos estão sendo coniventes e se servindo do racismo. Devem, por isso, ser chamados à responsabilidade, juntamente com os agressores diretos”.
A partida do Real Madrid contra o Valência chegou a ser paralisada por cerca de oito minutos, por causa de gritos de “macaco” em direção ao atleta brasileiro. Após o ocorrido, que tem se repetido em outros jogos do Real Madrid fora de casa no campeonato espanhol, Vini Jr. escreveu nas redes sociais que La Liga não tem tomado medidas efetivas para combater o racismo em seus jogos.
“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi, hoje é dos racistas”, escreveu o jogador.