Parcerias público-privadas estarão “na ordem do dia”, diz Haddad
Um dia depois de fala de Lula prometendo “acabar” com as privatizações, Haddad adota discurso em sentido contrário e promete destravar PPPs
atualizado
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Um dia depois de o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que pretende “acabar” com as privatizações no país, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adotou um discurso em sentido contrário.
Em entrevista ao programa Estúdio i, da Globo News, Haddad defendeu o modelo das Parcerias Público-Privadas (PPP). Segundo ele, “as concessões têm de entrar na ordem do dia”.
“Há um conjunto enorme de projetos sustentáveis que podem ser concedidos para a iniciativa privada”, afirmou o futuro ministro. “No Brasil, muitas PPPs deram certo, o Brasil aprendeu a fazer. O Prouni é uma PPP, uma troca de tributos por bolsas. Há muitos projetos que muitas vezes dependem de uma pequena contribuição do Estado.”
Durante a entrevista, Haddad citou sua passagem pelo Ministério do Orçamento, Planejamento e Gestão, então dirigido por Guido Mantega, ainda no início do primeiro governo Lula (2003-2006). Ele afirmou que teve papel importante na criação da lei das PPPs.
O petista citou o economista Gabriel Galípolo, escolhido por ele para ser o número 2 da pasta, à frente da Secretaria Executiva do ministério, como um nome determinante para “destravar” as PPPs no próximo mandato.
“O primeiro trabalho dele foi no governo do PSDB. Nós nos aproximamos em virtude de interesses comuns, dentre os quais destravar o processos de PPPs no Brasil”, completou.
Lula
Na terça-feira (13/12), no encerramento dos trabalhos realizados pelos grupos técnicos da transição, Lula afirmou que vai “acabar com as privatizações” no Brasil.
“Vai acabar privatizações neste país. Já privatizaram quase tudo e vamos provar que algumas empresas públicas vão poder mostrar a sua rentabilidade”, disse o presidente eleito.
“Queremos dizer ao mundo inteiro que, quem quiser vir para cá, venha. Tem trabalho, tem as coisas para vocês fazerem, tem projeto novo para investimentos. Mas não venham aqui para comprar as nossas empresas públicas porque elas não estão à venda”, completou.