Para Santander, Americanas tenta obstruir busca e apreensão de e-mails
Segundo Santander, Americanas “não atua de boa-fé e tenta, a todo custo, obstruir o andamento da busca e apreensão” autorizada pela Justiça
atualizado
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Em uma manifestação apresentada à Justiça de São Paulo, o Santander está acusando a Americanas de tentar obstruir a busca e apreensão de e-mails de executivos e funcionários na sede da empresa, no Rio de Janeiro. O banco é um dos principais credores da varejista, que está em recuperação judicial e tem uma dívida total estimada em R$ 42,5 bilhões.
Segundo o Santander, a Americanas “não atua de boa-fé e tenta, a todo custo, obstruir o andamento da busca e apreensão”.
O banco obteve na Justiça uma autorização para busca e apreensão de mensagens de correio eletrônico trocadas por diretores, integrantes do Conselho de Administração e funcionários do setor contábil da empresa nos últimos 10 anos. Segundo o Santander, as diligências foram retomadas no dia 9 de fevereiro e enfrentaram “grande resistência da Americanas”.
“Apenas para exemplificar, apesar de a diligência estar agendada para iniciar às 8h da manhã, o funcionário da Americanas responsável por permitir acesso do perito ao servidor só chegou ao local após as 10h15min, com mais de 2 (duas) horas de atraso – e após alertas dos oficiais de Justiça e da própria juíza sobre o descumprimento perpetrado pela requerida”, afirmam os advogados do Santander na ação.
Em resposta à Justiça, a Americanas alegou que mantém postura colaborativa e de boa-fé “desde o início da diligência de busca e apreensão”. A empresa informou ainda que apresentou uma lista com os nomes de todos os diretores, conselheiros e funcionários das áreas financeira e de contabilidade dos últimos 10 anos. A Americanas diz, no entanto, que os conselheiros não possuem e-mail corporativo.
Para a Americanas, a “pretensão do Santander extrapola os limites”. A varejista alega que a Justiça determinou busca e apreensão das “mensagens de caixas de e-mails” institucionais dos diretores e membros do Conselho de Administração e Fiscal e do Comitê de Auditoria, além de funcionários das áreas de contabilidade e finanças – atuais ou que ocuparam o cargo nos últimos dez anos.
“Esse é o universo de pessoas a cujas caixas de e-mails institucionais deve se restringir a execução da medida de busca e apreensão”, diz a Americanas.
A companhia diz ainda que “o universo das caixas de e-mails a serem apreendidas” está limitado às “mensagens de caixas de e-mails institucionais”. Portanto, segundo a Americanas, estão fora do alcance “quaisquer comunicações eletrônicas realizadas por outros meios, notadamente por serviços de e-mails privados dos colaboradores do Grupo Americanas, como contas do tipo Gmail, Hotmail, Globomail, dentre outras”.