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Para Itaú, troca de meta sinaliza pouco compromisso com inflação baixa

Análise do banco aponta que discussão sobre mudança do limite da taxa, hoje fixada em no máximo 4,75%, pode aumentar ainda mais a inflação

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1 de 1 imagem colorida Banco Central Brasília - Foto: Elza Fiuza/ABr

Uma mudança da meta de inflação pode ser percebida pelo mercado como um sinal de pouco compromisso da política monetária com uma inflação baixa. Como resultado dessa interpretação, a taxa tende a subir ainda mais. Isso tanto em 2023 como em 2024. A conclusão consta de uma análise divulgada nesta segunda-feira (13/2) pelo Itaú.

O centro da meta da inflação foi fixado em 3,25% para este ano. O número, porém, pode variar em até 1,5 ponto percentual, o que amplia o limite para 4,75%. Ocorre que as previsões do mercado apontam para uma inflação próxima de 6% neste ano. Diante desse patamar, o Banco Central (BC) mantém – ou até eleva – a taxa de juros básicas da economia, a Selic, hoje, em 13,75%. Em tese, os juros desaquecem a economia e. por isso, reduzem a inflação.

Agora, para fazer com que o BC não eleve os juros e até possa baixá-los, integrantes da base parlamentar do governo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passaram a acatar o Banco Central e a discutir uma eventual mudança da meta.

Para o Itaú, contudo, essa possibilidade faz com que as previsões de inflação só aumentem. Nesta segunda (13/2), o banco reviu sua projeção de 5,8% para 6,3% neste ano. Para 2024, ela foi de 3,7% para 4,2%. “Uma maior desancoragem e eventual revisão da meta poderia levar a projeção de 2024 para mais de 5%”, aponta o texto, assinado por Mario Mesquita, economista-chefe da instituição financeira.

Em publicação recente, divulgada na semana passada, os economistas do Itaú simularam o que aconteceria caso a meta de inflação fosse alterada. Eis a conclusão: “Ao contrário da intuição comum, mas errada, de que metas mais altas permitiriam juros menores, concluímos que, mesmo sem perda de credibilidade (algo que muito provavelmente ocorreria), um aumento de meta demandaria alta dos juros nominais por parte do Banco Central”.

Ou seja, o efeito obtido seria o contrário do desejado. Isso porque, na prática, com a alteração da meta, as expectativas de inflação também aumentam. “Existiria o risco de a taxa Selic subir para aproximadamente 15% ainda neste ano”, apontou a análise.

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