metropoles.com

Itaú: produção local da Shein “iguala jogo” para Renner e Riachuelo

Na visão de analistas do Itaú, chegada da Shein aumentará a concorrência, mas varejista asiática estará submetida a mesmas regras das outras

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Cezaro De Luca/Europa Press via Getty Images
Pessoas carregam sacolas brancas com logotipo da Shein fast fashion - Metrópoles
1 de 1 Pessoas carregam sacolas brancas com logotipo da Shein fast fashion - Metrópoles - Foto: Cezaro De Luca/Europa Press via Getty Images

A chegada da Shein ao mercado têxtil brasileiro promete balançar a concorrência. Mas, para empresas como Lojas Renner, Riachuelo e C&A, é melhor competir com a produção local da Shein do que com as peças que vinham da China.

Essa é a visão do banco Itaú BBA. Em relatório divulgado nesta segunda-feira (24/4), o braço de investimentos do banco analisa o impacto da “nacionalização” das vendas da Shein.

Na semana passada, a varejista asiática anunciou um investimento de R$ 750 milhões para produzir no Brasil 85% das peças vendidas, em um prazo de três anos. O parceiro local da varejista será a Coteminas, grupo que pertence ao empresário Josué Gomes, presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). Josué acompanhou as reuniões entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e executivos da Shein.

A Coteminas, por meio da subsidiária Springs Global, intermediará a contratação de 2 mil fornecedores pela Shein. O anúncio do acordo levou a uma alta das ações da Coteminas de 100% e de 70% nas ações da Springs Global, no início da tarde de hoje.

Para o Itaú, a notícia não é ruim para as varejistas locais que competirão diretamente com a Shein. A varejista asiática ocupava, até o ano passado, a terceira posição no ranking de maiores vendedoras de moda no Brasil, com faturamento de R$ 8 bilhões. A perspectiva era que ela dobrasse o volume de vendas, superando as Lojas Renner e a Riachuelo, líder e vice-líder do mercado, respectivamente.

“É verdade que (a nacionalização da produção da Shein) fortalece um competidor novo e faminto no mercado de varejo de moda, mas isso também iguala o jogo no Brasil”, diz o analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, em relatório.

Competir com a China é pior

Ele explica que a chegada da Shein pode ser ligeiramente negativa para as concorrentes nacionais, no sentido de que esse mercado, que já é competitivo, ficará ainda mais desafiador com o o estabelecimento de um “feroz” competidor que quer acelerar a sua presença no país por meio de um sólido investimento de médio prazo.

Por outro lado, Macruz lembra que a Shein estará sujeita às mesmas leis e ao mesmo ambiente regulatório que seus pares brasileiros, o que torna o mercado local “melhor posicionado” para competir com a varejista asiática.

“Na nossa visão, competir com as operações de exportação da Shein era muito mais desafiador, dada a vantagem de preço que ela tem em razão dos custos mais baixos de produção da China (de onde vem as peças, atualmente)”, reforça o analista do Itaú.

Além disso, o mercado de varejo de moda brasileiro é altamente fragmentado – as três maiores empresas do setor detêm cerca de 20% das vendas totais. “Há espaço para grandes marcas coexistirem e crescerem”, finaliza Macruz.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?