Para Haddad, BC já poderia ter iniciado redução da taxa de juros
“O esforço que foi feito nesses quatro meses e os indicadores nos dariam a segurança de começar um ciclo de queda da Selic”, diz Haddad
atualizado
Compartilhar notícia
Dois dias depois do anúncio do Banco Central (BC) da manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez coro ao discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que a autoridade monetária já poderia ter iniciado a queda da Selic.
Em tom bem mais ameno que o de Lula, Haddad afirmou que respeita a autonomia do BC e que sua avaliação sobre os juros é “técnica”, não “política”.
“Honestamente, eu acho que nós já poderíamos iniciar a recalibragem da taxa de juros. A projeção de inflação para o ano que vem está moderada”, ressaltou, em entrevista à rádio CBN.
“O esforço que foi feito nesses quatro meses e os indicadores nos dariam a segurança de começar um ciclo de queda da Selic. Esta é a minha opinião. Agora, eu respeito o BC, respeito a institucionalidade. O BC tem autonomia para decidir qual será a taxa de juros.”
Arcabouço fiscal
Na entrevista, o ministro da Fazenda demonstrou otimismo em relação ao andamento do projeto do novo arcabouço fiscal, que deve substituir o teto de gastos, no Congresso Nacional.
“Os presidentes das duas Casas estão separando o que é assunto de governo do que é assunto de Estado, como o arcabouço fiscal e a reforma tributária. A maturidade tem sido muito grande em tratar como uma questão que não pode entrar no varejo das negociações do Congresso”, elogiou Haddad.
“Se o Congresso não comprar a agenda, se o STF não comprar a agenda, essa agenda não se realiza. A indicação que temos é que o Congresso e o STF compraram a agenda. Demonstraram que estão abertos a discutir um pacto fiscal para a sustentabilidade das contas públicas”, concluiu.