Para economistas, Galípolo não mudará linha de atuação do BC
Indicação para a presidência do Banco Central, confirmada pelo ministro Haddad, já era esperada pelo mercado
atualizado
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A indicação do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC) já era esperada pelo mercado e ele não deve promover grandes alterações na condução da política monetária do BC. Esta é a avaliação do economista Márcio Holland, professor na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP) e ex-secretário de Política Econômica no Ministério da Fazenda (2011-2014).
“Galípolo deve seguir o ritual já previsto pelo Copom (Comitê de Política Monetária do BC) para fazer a inflação convergir rumo ao centro da meta (3% ao ano) e deve seguir procurando ancorar as expectativas inflacionárias”, diz Holland. “Ou seja, o Copom tem um serviço a cumprir e não acho que a indicação do Galípolo mude isso.”
Na avaliação de Felipe Salto, ex-secretário da Fazenda de São Paulo e atual economista-chefe da corretora Warren Rena, a confirmação de Galípolo na presidência do BC é “muito positiva para os mercados”. “Gabriel é um economista excepcional, com experiência acadêmica e uma folha de serviços prestados nos setores público e privado”, afirma Salto. “Muitos se esquecem de que ele atuou no governo Serra, em São Paulo, com muito sucesso, nas áreas de PPP e concessões.”
Salto observa que conheceu Galípolo por meio de um professor em comum: José Márcio Rêgo. “Ele dava aulas na PUC-SP, onde Gabriel estudou, e na FGV-SP, onde eu estudei”, diz “Sempre me impressionou a sua capacidade analítica, de um lado, e o dom de se relacionar bem com interlocutores de diferentes matizes. Essas características são fundamentais para exercer a presidência do Banco Central.”
Gustavo Bertotti, economista da corretora Messem Investimentos, também considera que não houve surpresa da indicação de Galípolo, que ainda será submetido a sabatina no Senado. “É um membro do governo, indicado pelo governo”, afirma. “Agora, vamos ter de acompanhar se ele vai manter a postura técnica e independente que se espera de um presidente do BC.”