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Para BC, caso Americanas afetou rentabilidade do sistema financeiro

Tal impacto foi resultado das reservas feitas pelos bancos para arcar com eventual prejuízo em empréstimos concedidos à varejista

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Fachada da loja Americanas em brasília - Metrópoles
1 de 1 Fachada da loja Americanas em brasília - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central (BC) registrou, em documento divulgado nesta quinta-feira (9/3), o impacto do caso da Americanas sobre os bancos. De acordo com o órgão, o episódio foi responsável pelo “recuo da rentabilidade anual do SFN” (o sistema financeiro nacional), ainda que o valor de tal retração não tenha sido mencionado.

O Comef não cita, literalmente, o caso da Americanas. Menciona, porém, um “evento específico relacionado a empresa de grande porte”. Quanto ao “recuo da rentabilidade”, ele foi resultado das reservas (no jargão, as “provisões”) feitas pelos bancos, e especificadas nos balanços do último trimestre de 2022, para arcar com um eventual prejuízo em empréstimos concedidos à varejista.

A Americanas, que está em processo de recuperação judicial, deve cerca de R$ 20 bilhões somente aos seis maiores bancos do país. Nessa lista, o maior credor é o Bradesco, com R$ 5,1 bilhões a reaver. No total, os débitos da varejista alcançam pelo menos R$ 42,5 bilhões. Esses números foram atualizados pela última vez em meados de fevereiro.

O órgão do BC informou ainda, em ata sobre a reunião realizada entres 1º e 2 de março, que tais casos “pontuais em empresas de grande porte” provocaram uma deterioração nos preços de ativos no mercado de títulos privados. “Em decorrência desses eventos, a volatilidade, os spreads e a aversão ao risco aumentaram”, cita a ata. “Também foram observados efeitos em algumas linhas no mercado de crédito. O Comef acompanha a evolução e os desdobramentos dos eventos recentes e segue pronto para atuar em caso de disfuncionalidade.”

Provisões “adequadas”

O comitê definiu, contudo, como “adequadas” as reservas feitas pelos bancos. “O aumento das provisões está condizente com a maior materialização de risco”, afirma a ata, acrescentando: “O Banco Central estimou o impacto potencial remanescente, acrescido de um cenário de contágio sobre toda a cadeia de produção e fornecimento que depende da empresa de forma relevante. Nesse cenário extremo, o impacto para o SFN consolidado é insignificante e não se verificaria desenquadramento de capital em qualquer instituição financeira”.

No geral, o Comef observou que o crescimento do crédito amplo desacelerou em diferentes modalidades. “Nas pessoas físicas, a desaceleração foi maior nas operações de maior risco, como as ligadas a transações de pagamento”, destaca o órgão. “Nas pessoas jurídicas, o crédito desacelerou marginalmente. O mercado de capitais reduziu o seu ritmo de expansão, mas se mantém como fonte relevante de financiamento, principalmente para as grandes empresas.”

 

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