Para Bacha, Pastore é crucial para a compreensão da economa brasileira
Pai do Plano Real elogia contribuições acadêmicas de Affonso Celso Pastore. Para Alexandre Swartsman, economista “já faz falta imensa”
atualizado
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O economista Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, instituído durante o governo Itamar Franco (1992-1995), considera que o trabalho de seu colega Affonso Celso Pastore, que faleceu nesta terça-feira (20/2), aos 84 anos, é essencial para o entedimento da economia nacional.
“Pastore ganhou o respeito e a admiração de seus pares ao exercer a economia com rigor, como diz o título do livro em homenagem aos seus 80 anos (“A Economia com Rigor”)”, diz Bacha, acrescentando: “Suas contribuições acadêmicas nas áreas da econometria, da economia agrícola, da economia monetária e da política fiscal são fundamentais para a compreensão do funcionamento da economia brasileira”.
Bacha observa que mantinha com Pastore uma amizade de mais de meio século. “Desde nossas teses de doutorado, passando pelo Ipea, a Anpec, o Codace e mais recentemente, nossas histórias acadêmicas se entrelaçam numa longa e forte amizade de mais de 50 anos”, afirma.
Para o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central (BC), Pastore já faz falta. “Soube há pouco da morte do Affonso Pastore. Avisei algumas pessoas e várias me responderam, além da tristeza, com ‘falei com ele há uma semana’, ‘teria uma reunião semana que vem’ e assemelhados”, diz Schwartsman. Apenas isso já seria uma homenagem ao mestre de 84 anos e ativo como nunca. Não só com clientes, mas nos presenteando semanalmente com sua análise clara e contundente.”
O ex-diretor do BC observa que, embora nunca tenha sido aluno formal, se considera um discípulo de Pastore. “Sempre foi meu modelo como economista: rigoroso analiticamente, cuidadoso com dados e estatísticas, sincero como poucos. E generoso! Comigo e com muitos outros. Quando me tornei consultor, não hesitou em me ajudar. Tive a felicidade de tê-lo também como amigo. A verdade é que foi embora cedo, considerando tudo o que podia e queria compartilhar. Vai fazer (já faz!) uma falta imensa.”