Oi pede a credores mais R$ 5 bilhões para operações de curto prazo
A Oi bateu na porta de bancos e fundos a quem deve mais de R$ 20 bi para pedir outro US$ 1 bi (R$ 5,4 bi) para reforçar liquidez operacional
atualizado
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A novela da tentativa de reabilitação da Oi parece estar longe do fim. A empresa de telefonia e internet teve seu processo de recuperação judicial encerrado no mês passado, mas segue com problemas para financiar seu funcionamento no médio e curto prazo.
Em documento divulgado no último sábado (31/12), a empresa comunicou que estava conduzindo “discussões e tratativas envolvendo uma potencial renegociação de certas dívidas da Companhia, com vistas à otimizar sua liquidez e perfil de endividamento”.
Na prática, a Oi bateu à porta dos bancos e fundos donos de sua dívida de mais de R$ 20 bilhões para pedir outro US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões). A informação é do jornal O Estado de S.Paulo.
O dinheiro será usado para custear operações de curto prazo e manter a roda da empresa funcionando. A contrapartida oferecida foi o pagamento de juros de 9% ao ano até 2027, e como garantia foi dada a participação minoritária que a Oi detém na V.tal, empresa de fibra ótica cujo controle é do banco BTG Pactual. Caso a Oi venda sua parte na V.tal, todo o dinheiro será dado aos concessores da nova dívida.
O comunicado divulgado pela Oi diz que não há um acordo fechado, e que os recursos poderão ser captados com outros investidores, caso os credores atuais não entrem 2na operação.
Nova dívida
A empresa de telefonia trava uma briga na Justiça com os principais bancos detentores de sua dívida, calculada em setembro em R$ 22 bilhões. Desde 2021, o Itaú, Caixa e Banco do Brasil tentam impedir o fim da recuperação judicial da Oi e pedem o congelamento dos quase R$ 7 bilhões levantados pela empresa com a venda de parte de seus ativos.
Caso consiga convencer os bancos a embarcar na negociação atual, a Oi pode resolver dois problemas de uma só vez: reforçar a liquidez de curto prazo com os recursos levantados e buscar uma trégua nas contestações feitas pelas instituições financeiras.
Além dos juros oferecidos, quem topar colocar dinheiro na empresa terá condições melhores no pagamento da dívida bilionária. Os eventuais aportes novos feitos pelos credores darão direito à conversão de 65% da dívida em ações de um novo negócio a ser lançado pela Oi para abarcar os ativos de fibra ótica que não foram vendidos para o BTG, na V.tal. Além disso, a amortização dos 35% restantes acontecerá em 2031.
As condições são diferentes para quem não colocar dinheiro na Oi e só renovar as fianças. Para esses credores, a conversão de dívida em ações será de 70% e os 30% restantes serão pagos somente em 2033.