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O que significa Alckmin no Ministério da Indústria?

Presidente eleito ficou sem opções do setor para a pasta. Josué Gomes da Silva, da Fiesp, e Pedro Wongtshowski, do Ultra, recusaram o cargo

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Alckmin e Lula, respectivamente vice e presidente eleitos, conversam durante cerimônia de diplomação de sua chapa no TSE - Metrópoles
1 de 1 Alckmin e Lula, respectivamente vice e presidente eleitos, conversam durante cerimônia de diplomação de sua chapa no TSE - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, foi, pelo menos, o terceiro nome do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para o comando do futuro Ministério Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Em novembro, Lula havia dito que seu vice não seria ministro. Antes disso, em setembro e ainda candidato, o próprio vice-presidente eleito afirmou que não aceitaria um posto na Esplanada dos Ministérios. Na ocasião, seu nome era cogitado para ocupar a pasta da Fazenda.

Lula, no entanto, ficou sem opções fora do círculo de nomes diretamente ligados ao PT. Ele vinha enfrentando dificuldades nítidas de indicar alguém do setor para o posto. Na semana passada, na primeira tentativa, o presidente eleito havia convidado para o mesmo cargo o empresário Josué Gomes da Silva, dono da Coteminas e presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Próximo a Lula e filho do ex-vice-presidente José Alencar, Silva recusou o comando da Indústria, em Brasília. Na Fiesp, ele enfrenta uma rebelião promovida por 86 dos 106 sindicatos com poder de voto na entidade. Esse grupo quer destituí-lo da presidência da instituição.

A crise na Fiesp, em grande medida, foi deflagrada a partir de declarações de Silva durante a corrida eleitoral, consideradas simpáticas à candidatura de Lula. Ela se agravou com a decisão do comando da entidade de divulgar uma carta “em defesa da democracia”, em agosto, interpretada como um erro por grande parte dos associados por atrelar o nome da instituição ao petista. O documento, na ocasião, teve apoio de apenas 14% dos sindicatos industriais.

Nesta semana, foi a vez do presidente do conselho de administração do Grupo Ultra, Pedro Wongtshowski, declinar o convite para o novo MDIC. Nesse caso, a negativa estaria associada à falta de convergência entre concepções sobre a gestão do Estado entre Wongtshowski e os núcleos duros dos petistas do novo governo.

Assim, na opinião do economista e consultor Alexandre Schwartsman, Alckmin representa uma solução caseira para solucionar o problema criado em torno do novo ministério. “E parece-me que, entregue o BNDES na mão de Aloizio Mercadante, ninguém mais quis a pasta”, diz. Para ele, o MDIC perde relevância sem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em julho, Alckmin causou estupor em círculos empresariais ao aderir oficialmente à candidatura do PT, partido ao qual se opôs ao longo de quase toda a sua trajetória, como um dos líderes do PSDB, que integrou por 33 anos e do qual foi um dos criadores. Resta saber se o novo ministro conseguirá superar as desconfianças que o cercam desde então.

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