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O que o corte na taxa de juros muda na vida do país

Em termos práticos, observam economistas, o impacto é pequeno, mas a queda mostra como o BC vê os próximos passos da luta contra a inflação

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Depois que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), reduziu em 0,50 ponto porcentual os juros básicos do país, a Selic, nesta quarta-feira (2/8), fica uma pergunta: o que muda na economia – e na vida – do país com esse corte, que reduziu a taxa anual de 13,75% para 13,25% ao ano?

Na avaliação do economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), em termos práticos, não há grandes alterações. “A redução dos juros é mais um recado ao mercado sobre como o Banco Central vê o desafio de conter o dragão da inflação”, diz.

Como esse desafio foi considerado menos complexo, o Copom reduziu os juros em 0,50 ponto percentual, fixando a Selic em 13,25% ao ano. “Caso considerasse que ainda existem incertezas que poderiam complicar esse jogo, a queda seria menor, de 0,25 ponto percentual”, afirma o economista.

Em termos práticos, acrescenta Braz, um corte da taxa leva entre seis e nove meses para mexer com o mercado. Com os juros mais altos, a economia tende a desaquecer, reduzindo os negócios e, no limite, provocado desemprego. Se mais baixa, a Selic produz um efeito contrário. À medida que cai, ela favorece o consumo, tornando ainda mais atraentes financiamentos de bens mais caros, por exemplo.

Impacto das reformas

Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, considera que o número da decisão de hoje tem pouco impacto na economia. Ele concorda, contudo, que o 0,50 ponto percentual mostra um BC menos preocupado com a inflação.

Para Vale, as medidas que terão forte impacto na economia são outras. Elas estão em discussão no Congresso. “Isso inclui tanto a reforma tributária como a do novo marco fiscal”, afirma. “São mudanças desse tipo que podem trazer maior segurança à economia no longo prazo.”

Baixa ou alta confiança

Gabriel Leal de Barros, sócio e economista-chefe da Ryo Asset e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), observa que o corte dos juros não é “uma corrida de 100 metros, mas uma maratona”. “E a decisão de reduzir 0,25 pp ou 0,50 pp diz muito sobre a avaliação majoritária do Comitê sobre o processo de desinflação”, afirma. “O primeiro (0,25 pp) indica baixa confiança de continuidade e o segundo (0,50 pp), maior confiança”. Deu o segundo.

Longo prazo

No médio e longo prazos, contudo, a redução da taxa de juros tem forte efeito, promovendo um aquecimento na economia.  É por isso que, com a perspectiva do corte da Selic, os preços das ações de empresas ligadas ao varejo já vinham subindo na Bolsa de Valores.

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