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O que é ecoinovação, realidade em quase metade das indústrias do país

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 47% das empresas do setor apostam na inovação para reduzir impacto ambiental

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Uma mão segurando uma lâmpada, que tem uma planta dentro. Árvores aparecem no fundo da imagem - Metrópoles
1 de 1 Uma mão segurando uma lâmpada, que tem uma planta dentro. Árvores aparecem no fundo da imagem - Metrópoles - Foto: Getty Images

Uma pesquisa divulgada neste domingo (24/9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que quase metade (47%) das indústrias brasileiras estão com projetos de ecoinovação em execução ou aprovados para serem iniciados. Os dados fazem parte da “Sondagem Especial: Ecoinovação e Transformação Digital”, antecipada pelo Metrópoles.

A pesquisa será apresentada no 10º Congresso Internacional de Inovação da Indústria, que acontece nos dias 27 e 28 de setembro, no São Paulo Expo, na capital paulista.

Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a ecoinovação é a inovação que leva à redução do impacto ambiental. Trata-se, em linhas gerais, da implementação de produtos e serviços que resultam no aumento da eficiência dos recursos utilizados.

A ecoinovação, que vem promovendo uma série de transformações nos modelos de negócio de empresas no Brasil e no mundo, abrange desde o desenvolvimento de novas fontes de energia renováveis até soluções que tornam os produtos existentes mais sustentáveis. Esse processo pode se dar tanto por meio de inovações tecnológicas quanto por ações de marketing e iniciativas institucionais.

De acordo com o levantamento da CNI, 30% das empresas do setor industrial têm projetos de ecoinovação em andamento, enquanto 17% contam com planos já aprovados. Outros 28% vêm estudando a adoção de medidas inovadoras relacionadas à sustentabilidade. Dezenove por cento das empresas consultadas não estão desenvolvendo nenhuma ação nessa área.

“Há sinais de que o processo está se ampliando. O desafio agora é apoiar pequenas empresas a embarcar nessa jornada, uma tendência que, inevitavelmente, deverá fazer parte dos planos estratégicos da indústria brasileira”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

“No Brasil, grandes indústrias têm liderado os investimentos e resultados em ecoinovação. Empresas de médio porte também têm se destacado, começando a investir em inovação verde”, completa Andrade.

Falta de qualificação é maior desafio

A pesquisa da CNI mostra que uma das maiores dificuldades das empresas para o desenvolvimento de projetos de ecoinovação é a falta de trabalhadores qualificados para atuar nessa área. De acordo com o levantamento, restrições orçamentárias (33%) são apontadas como o maior entrave para que as organizações recrutem profissionais que trabalhem diretamente com o tema.

Em seguida, aparecem: necessidade de investir em outras áreas estratégicas (29%), estrutura/cultura da empresa (18%), limitação de tempo disponível para treinamento (20%) e baixo engajamento dos funcionários (12%).

Segundo o estudo, 66% dos entrevistados avaliam que falta conhecimento aos trabalhadores sobre técnicas sustentáveis, enquanto 45% apontam um nível baixo de conhecimento em legislação ambiental. Outros 38% consideram que falta competência aos profissionais para desenvolverem projetos ecologicamente corretos.

As empresas também relatam dificuldades para encontrar profissionais experientes em sustentabilidade (36%) ou atualizados em tecnologias ambientais (36%).

Questionados sobre quais estratégias têm adotado para promover e ecoinovação dentro das empresas, 76% dos entrevistados mencionaram treinamentos dos funcionários; 31%, a participação em redes colaborativas; e 24%, a terceirização de projetos e iniciativas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

“É necessário incluir mais empresas nessa realidade, especialmente as pequenas, que têm menos recursos para sustentar suas jornadas de ecoinovação sem apoio”, diz a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio.

“É fundamental que haja políticas públicas e iniciativas privadas que alinhem incentivos à meta de ecoinovar, com especial cuidado com as pequenas empresas. Isso não apenas contribuirá para a sustentabilidade ambiental, mas também para o aumento da competitividade dos produtos e serviços brasileiros nos mercados globais”, afirma Sagazio.

A CNI entrevistou 2.236 gestores de empresas do setor industrial entre os dias 1º e 10 de janeiro de 2023.

Agenda de governo

No início da semana passada, ao acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem a Nova York, onde participou da abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve uma série de reuniões com empresários e investidores para tratar do plano de transição ecológica do país.

Na ocasião, Haddad disse que o Brasil deve fazer sua estreia no mercado de títulos de dívida internacional com critérios sustentáveis, os chamados “green bonds” (ou títulos verdes). “Green bonds” são títulos de renda fixa emitidos por empresas, governos e organizações multilaterais para viabilizar iniciativas econômicas direcionadas à sustentabilidade.

Em artigo publicado pelo jornal britânico Financial Times, o ministro da Fazenda destacou o compromisso do Brasil com um “plano ambicioso e abrangente para a transformação ecológica”. No texto, Haddad diz que a economia tem de se preocupar com medidas “mais verdes”, especialmente nas áreas de infraestrutura e agricultura, com foco no uso da tecnologia em processos produtivos e programas de adaptação climática.

Uma das primeiras medidas do plano brasileiro é investir no mercado de carbono, seguindo o modelo do Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (UE). Segundo Haddad, o projeto pode ser aplicado em todas as unidades de produção que emitem mais de 25 mil toneladas de carbono anualmente.

O mercado de carbono consiste em um mecanismo de compensação de emissões de gases de efeito estufa, por meio da negociação de créditos, gerados por projetos que evitam que esses gases sejam emitidos ou que removam esses gases.

“Os investidores estrangeiros que desejam descarbonizar sua cadeia produtiva e investir em inovação limpa serão muito bem-vindos para nos ajudar a acelerar essa nova fase do desenvolvimento brasileiro”, afirmou Haddad.

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