“O Brasil tem uma inflação menor do que a média”, diz Campos Neto
Roberto Campos Neto, presidente do BC, destacou importância de a meta de inflação do país ter sido mantida pelo Conselho Monetário Nacional
atualizado
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (18/10) que a inflação no Brasil vem se comportando melhor do que na maioria dos países avançados.
Campos Neto participou de um fórum promovido pelo Credit Suisse, em São Paulo. Além do cenário brasileiro, ele também falou sobre a situação econômica no exterior, especialmente nos Estados Unidos e na China.
“De forma geral, as inflações estão caindo na América do Sul, com países já adotando queda de taxa de juros. Nesse sentido, devemos lembrar o quanto foi importante manter a meta de inflação em 3%”, disse o presidente do BC.
A meta de inflação para este ano é 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%. Para 2024, 2025 e 2026, a meta é de 3%.
O Conselho Monetário Nacional (CMN), que define as metas de inflação do país, é composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, além do próprio Campos Neto; o governo tem maioria no conselho, portanto.
“A expectativa de inflação para 2025 e 2026 deu uma melhorada após a manutenção da meta. Havia teses de que subir a meta de inflação aumentaria os graus de liberdade, mas sempre entendemos que não era o melhor caminho”, prosseguiu Campos Neto.
O chefe da autoridade monetária ressaltou que “o Brasil tem uma inflação menor do que a média do mundo avançado”. “A inflação no país vem se comportando melhor do que a média”, disse. “E a taxa de juros real no Brasil é alta, mas também está menos alta do que a média histórica.”
Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,26%. Apesar da aceleração do IPCA, o resultado veio abaixo das estimativas dos analistas. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, previa inflação mensal de 0,34%.
PIB
Durante sua apresentação no seminário do Credit Suisse, Campos Neto também falou sobre a série de revisões para cima das estimativas para o PIB brasileiro em 2023.
“O Brasil é um dos países que mais sofreu revisões do PIB para cima. Vários indicadores mostram que as coisas ficaram mais rápidas, mais baratas ou mais eficientes no país. As reformas que foram feitas nos últimos anos começam a ter impacto estrutural”, afirmou Campos Neto.