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O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou neste sábado (15/6) durante evento em São Paulo que o Brasil é “um negócio difícil de administrar” e uma “encrenca”. Haddad criticou a postura de algumas pessoas em posições de poder que, “às vezes”, não fazem “a coisa certa pelo país”, e apontou que lidar com esse problema é um dos maiores desafios da vida pública. Haddad foi aplaudido ao menos 10 vezes pelos presentes durante sua fala.
“Às vezes quem está numa posição de poder não está fazendo a coisa certa pelo país. Você tem um país de ouro, um povo de ouro, e você vê que quem pode fazer a diferença nem sempre está pensando no interesse público”, disse. E continuou: “Essa é a coisa mais difícil de lidar na vida pública do Brasil”.
O ministro lembrou que sempre deu aulas de história do desenvolvimento dos países e que nunca viu “país que deu certo sem um projeto coletivo”.
O ministro recordou o início de sua carreira e garantiu que não trocaria os 18 anos de experiência trabalhando na loja de seu pai, no Centro de São Paulo, pelos diplomas em Economia, Filosofia e Direito conquistados na Universidade de São Paulo (USP). “Foi um período muito rico, de aprender a respeitar as pessoas”, disse, completando que não se considera um político profissional, mas sim um professor.
Haddad reiterou que o Brasil possui o potencial para ser uma nação “grande” e que não há necessidade de se contentar em ser uma economia de porte médio.
“O Brasil não precisa ser quintal de ninguém, somos metade da América do Sul, temos que ser parceiros dos Estados Unidos, da Europa, da China, integrar o continente latino-americano”, disse.
Para ele, o país tem a capacidade de ser “amigo de todo mundo” e de ajudar na resolução de conflitos externos, destacando que o Brasil é mais respeitado internacionalmente do que internamente.
Ao ser questionado sobre a vocação do país, Haddad afirmou que o Brasil pode se tornar uma “potência sócio-ambiental”, mas alertou que barreiras protecionistas estão crescendo globalmente. Segundo ele, questionamentos sobre a sustentabilidade da produção nacional serão usados por países desenvolvidos para tentar impedir as exportações brasileiras e de outras nações em desenvolvimento.